terça-feira, 2 de abril de 2013

O ultimo dia -Capitulo 11



Eu corro por todas as ruas
E nenhuma me leva a você -Tokio Hotel


Bill estava parado ao meu lado, o arco a postos e a expressão de falsa calma. As ruas estavam lotadas, para todos os lados que se olhava zumbis caminhavam. Pela primeira vez duvidei que houvesse realmente sobreviventes naquele lugar.

-O que vamos fazer? –Perguntei me apertando ainda mais contra a parede.

-Eu...- Bill limpou a testa com a mão antes de continuar. O pânico agora se tornara claro em seu rosto. –Não sei. Devia ter te ouvir.

Bom, já era tarde. Continuamos uma caminhada lenta, sempre junto da parede. O escuro era um bom companheiro, estávamos quase imperceptíveis. Quase. Eu conhecia o bastante daquele mundo para saber que os zumbis podiam sentir o nosso cheiro.

Foram questão de segundos, em um momento estávamos caminhando e no segundo eu estava esbarrando em uma lixeira e todos os mortos vinham em nossa direção.

-CORRE! –Bill gritou soltando minha mão. –CORRE, MEL. VOU TENTAR SEGURAR ELES, CORRE E TENTA ENCONTRAR ALGUÉM!

Fiquei paralisada quando a primeira flecha foi lançada, corre para onde? Não tinha ninguém ali para nos ajudar e eu não podia deixar Bill sozinho, peguei a arma sem jeito e dei um tiro em direção aos zumbis.

-O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? MANDEI CORRER!

-Não tem ninguém aqui. Nós vamos morrer.

-EU MANDEI VOCÊ CORRE!  ANDA, SAI DAQUI, MEL!

Dei alguns passos para trás, talvez... Talvez pudesse ter alguém lá. Prendi-me a esse pensamento quando obriguei minhas pernas a correrem. Virei à esquina e segui por uma rua reta.

-SOCORRO! –Gritei seguindo adiante. Mais algumas ruas e nada. –SOCORRO!

Meus gritos chamaram atenção de alguns poucos zumbis, mas continuei correndo.  Entrei em um beco estreito e escuro. Tateei as paredes tentando me localizar e continuar andando. Meu corpo se chocou contra alguém e cai sentada.

A luz era pouca demais para ver direito a figura na minha frente, mas eu podia ver que era um homem, alto, com certeza, o formato do rosto também me era familiar.

-Bill? –Perguntei tentando alcançar a lanterna no bolço da minha mochila. –Bill, é você? – O homem não respondeu parecia paralisado exatamente onde tinha me encontrado.

Encontrei a lanterna e a liguei em direção ao rosto dele. Meu coração deu um pulo dolorido no peito. Não era Bill. As feições eram parecidas, o formato do rosto exatamente igual, assim como o da boca, do nariz e dos olhos, mas não era ele.

-Tom? –Perguntei com a voz embargada. Ele se aproximou e me levantou pelo braço.

-Quem é você e como sabe o meu nome?-Perguntou me sacudindo. – Conhece meu irmão?

-L-lá atrás. Ele está cercado, me mandou buscar ajuda.

-ENCONTREI A GAROTA QUE ESTAVA GRITANDO! –Tom gritou para mais dois homens que acabará de surgi na escuridão. –Meu irmão ficou para trás. Vamos busca-lo!

Continuei a encarar Tom por alguns instantes, não sabia que eram tão parecidos.

-Vamos, nos leve ate onde ele está!

Respirei fundo e comecei a corre em direção ao lugar onde tinha deixado Bill. Os três homens estavam bem atrás de mim, as armas prontas.
Implorei em pensamento para Bill está bem. O que eu faria se ele tivesse sido mordido? Mata-lo? Não, eu nunca permitiria isso e agora sabia que Tom também não, caso o contrário não estaria correndo junto comigo em direção a um suicídio quase certo.

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