“Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle.”
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Estávamos a poucos quilômetros
de Chicago, 5 talvez, Bill dormia no banco ao meu lado, a foto da garota morta
entre os dedos. Chequei o ponteiro que marcava o nível de gasolina pela décima
vez em menos de meia hora, não teríamos o
suficiente para chegar a cidade. Olhei ao redor, nenhum carro por perto ou
casa, nada além de asfalto e árvores por quilômetros.
Bill se mexeu ao meu lado.
Ele estava calado desde que deixamos Giovanni, o conhecia o bastante para saber
que aquilo significava apenas o quanto ele estava chocado. Não tinha sequer
notado que Bill tinha pegado a foto da garota ate ele pedir para eu dirigir e escorregar
para o banco do carona. Tinha perdido a noção de quanto tempo Bill tinha ficado
olhando aquela foto ate dormi.
-Estamos chegando. –Sussurrei
quando ele se arrumou no banco.
-Acha que temos gasolina o
suficiente para entrar na cidade?
-Duvido.
O silêncio tomou conta do
carro novamente, sombrio e pesado. Era
quebrado apenas pelo barulho do motor ou vez ou outra pelo suspiro de um de nós
dois.
O crepúsculo começava a
cair quando o carro parou, já podíamos ver alguns prédios, a distância poderia
facilmente ser vencida a pé, mas o que me preocupava era o que nos esperava.
-Nós podemos passar a
noite no carro... –Comecei sem convicção.
-Pode ter alguns deles por
aqui.
-Sim, mas lá com certeza
tem. Sair desse carro é suicídio, Bill.
-Não me importa. Pode
ficar se quiser, eu vou sair.
Pisquei algumas vezes, não
podia acreditar no que tinha ouvido. Ele estava decidido e pouco se importava
se eu iria junto ou não. Agora eu era descartável? Talvez.
-E seu irmão? Pense nele! Se
você sair e for mordido?
-Eu nem tenho certeza se
ele esta vivo. Eu não tenho mais certeza de nada. E se todas as pessoas que se
importavam comigo, assim como essa garota, estiverem mortas?
-Eu não estou. –Sussurrei.
-É. Mas por quanto tempo,
Mel? Eu não aguento mais e pouco me importo se um daqueles monstros nojentos me
pegarem.
Permaneci parada o
observando juntar suas coisas e sair do carro. Não que eu não quisesse
segui-lo, apenas não conseguia me mexer. Quando finalmente consegui fazer meu
corpo responder, peguei a mochila e comecei a correr atrás de Bill.
-ENTÃO É ASSIM? DISSE-ME PARA LUTAR POR VOCÊ E AGORA VAI EMBORA? DISSE
PARA SUPORTA TUDO PARA NÃO TE DEIXAR SÓ E EU O FIZ, AGORA FAÇA O MESMO POR MIM!
–Ele continuava a andar como se não ouvisse meus gritos. – NÃO CONSIGO
ACREDITAR QUE SEJA TÃO EGOÍSTA!
-pois eu sou! –Bill disse
virando-se e agarrando meu braço com força. –Nunca prometi nada. Eu não sou
forte, não sou bom e talvez seu maior erro tenha sido me ouvir.
-Isso é uma pena, porque
agora eu simplesmente não posso mais virar as costas e te deixar seguir
sozinho.
Sua mão escorregou pelo
meu braço ate alcançar a minha.
-Você é uma idiota por
isso.
Tudo que consegui fazer
foi sorri. Só naquele momento percebi o quão dependente de Bill eu tinha me
tornado, a ponto de arriscar minha própria vida para não ficar sem ele.
-Qual o plano? –Perguntei quando
entramos na cidade.
-Quem disse que eu tenho
um plano?
As ruas eram escuras, os zumbis se arrastavam
de um lado para o outro a procura de comida. Inconscientemente prendi a
respiração como se só isso pudesse chamar a atenção deles para a nossa presença.
-Acho que o plano por
enquanto é não virar comida. –Bill disse me puxando para perto da parede do
prédio mais próximo.
CONTINUA TÓ MUITO CURIOSA
ResponderExcluirto adorando é muito tomare que o Bill ache o Tom