quinta-feira, 11 de abril de 2013

O ultimo dia -Capitulo 12



 Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você.
Tati Bernardi.
Não importava o quão rápido eu corresse, nunca parecia o suficiente.  Virei à esquina que dava na rua principal e aumentei o passo ignorando a dor crescente nas minhas pernas, logo atrás de mim podia ouvir os passos rápidos de Tom e dos outros dois rapazes.

Minha visão estava embaçada pelas lágrimas. Eu não podia, simplesmente não podia, perde Bill. O que faria se ele tivesse sido mordido? Ficaria ao seu lado ate o momento em que a única coisa que ele desejasse fosse a minha carne. A imagem de Bill transformado em uma daquelas criaturas estava na minha cabeça todas as vezes que fechava os olhos.

Parei bruscamente alguns metros atrás de onde a aglomeração de zumbis estava.

-Aqui. –Disse com a voz embargada para Tom.

-Tem certeza? Eles não parecem está... Comendo nada.

-Tenho certeza. Talvez Bill tenha conseguido entrar no prédio... –Me agarrei ao ultimo fio de esperança.

-Ian. – Um garoto alto de longos cabelos negros e barba surgiu logo atrás de Tom. – Acha que ele ia conseguir entrar?

-Talvez. É difícil, mas não impossível.

Lancei um olhar interrogativo para Tom.

-Ian é bom em entra em lugares sem ser percebido.

-Eu era ladrão ates do apocalipse. – Ele deu uma risada baixa. –Brincadeira, era policial. – Sua expressão se tornou seria normalmente e ele prosseguiu. –Esse prédio é antigo, deve ter uma entrada pelos fundos, talvez na outra rua.

Antes que qualquer um pudesse reagir dei meia voltar e comecei a corre em direção a rua de trás ao prédio. Ian estava certo, realmente havia outra porta. Pequena e enferrujada, trancada por uma corrente grossa.

-Minha vez. – Um rapaz loiro me tirou do caminho e examinou a corrente.

-Sem fazer barulho dessa vez, Gustav. –Ian avisou fazendo uma careta. –Da ultima vez quase nos matou.

Gustav ignorou o comentário. Tirou da mochila que usava uma espécie de alicate, parecia grande e forte o suficiente para quebrar as correntes e era.

Fui à primeira entrar. A lanterna tremia na minha mão, a arma na outra mesmo que já não tivesse balas. O prédio era uma confecção, máquinas de costuras e manequins se amontoavam pelos cantos. Mesmo com a lanterna era escuro demais para se ver  a alguns metros de distância.

-Bill! Somos nós! –Tom falou ao meu lado, não tinha notado ate aquele momento que ele segurava com força o meu braço.

-Bill! Por favor, aparece. Sou eu, a Mel.

Assim que acabei de falar tropecei em alguma coisa, de inicio pensei ser um dos manequins, mas manequins não gemem de dor.

Entreguei a lanterna para Tom e cai de joelhos ao lado de Bill. Ele segurava com força o braço que sangrava.

-Você está vivo, cara! –Tom disse sentando-se ao meu lado e abraçando o irmão.

-É, mas dessa vez foi por pouco. –Bill deu uma risada se humor.

-Foi mordido? –Gustav perguntou agachando-se perto do braço que sangrava.

-Não. Eu tentei corre e cai em cima de uma flecha, não entrou no meu braço, mas fez um corte bem feio. –Pela primeira vez  Bill olhou para mim. –Conseguiu, garota.

-Tive tanto medo... Eu não sabia o que fazer. Eu não posso ter perde. – Ele estendeu a mão e acariciou o lado direito do meu rosto limpando as lágrimas.

-Também não posso te perde, Mel. Nunca. -  Bill levantou-se com alguma dificuldade me levando junto.  Passou o braço bom em volta da minha cintura e apertou-me contra seu corpo. Seus lábios tocaram os meus lentamente, com desejo como se aquele fosse nosso ultimo beijo.

-Parece que foi preciso o mundo acabar para o meu irmãozinho conseguir uma garota. –Tom disse para Gustav e Ian que riram como idiotas.

- Acho que eu gostava mais de você quando estava sumido. –Bill disse dando um meio sorriso. –E então, gênio da família, como vamos sair daqui?

-Do mesmo jeito que entramos, só que amanhã na luz do dia. Estamos em uma casa perto da cidade, é melhor fazer o caminho durante o dia.

Bill sentou-se ao lado do irmão enquanto eu fazia um curativo improvisado. Quando acabei deitei a cabeça em seu ombro, precisava tê-lo por perto, ter certeza que ele estava realmente ali nos meus braços. Ele estava bem.



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