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Não importava o quão rápido eu corresse, nunca parecia o
suficiente. Virei à esquina que dava na
rua principal e aumentei o passo ignorando a dor crescente nas minhas pernas,
logo atrás de mim podia ouvir os passos rápidos de Tom e dos outros dois
rapazes.
Minha visão estava embaçada pelas lágrimas. Eu não podia,
simplesmente não podia, perde Bill. O que faria se ele tivesse sido mordido?
Ficaria ao seu lado ate o momento em que a única coisa que ele desejasse fosse
a minha carne. A imagem de Bill transformado em uma daquelas criaturas estava
na minha cabeça todas as vezes que fechava os olhos.
Parei bruscamente alguns metros atrás de onde a aglomeração
de zumbis estava.
-Aqui. –Disse com a voz embargada para Tom.
-Tem certeza? Eles não parecem está... Comendo nada.
-Tenho certeza. Talvez Bill tenha conseguido entrar no
prédio... –Me agarrei ao ultimo fio de esperança.
-Ian. – Um garoto alto de longos cabelos negros e barba
surgiu logo atrás de Tom. – Acha que ele ia conseguir entrar?
-Talvez. É difícil, mas não impossível.
Lancei um olhar interrogativo para Tom.
-Ian é bom em entra em lugares sem ser percebido.
-Eu era ladrão ates do apocalipse. – Ele deu uma risada
baixa. –Brincadeira, era policial. – Sua expressão se tornou seria normalmente
e ele prosseguiu. –Esse prédio é antigo, deve ter uma entrada pelos fundos,
talvez na outra rua.
Antes que qualquer um pudesse reagir dei meia voltar e
comecei a corre em direção a rua de trás ao prédio. Ian estava certo, realmente
havia outra porta. Pequena e enferrujada, trancada por uma corrente grossa.
-Minha vez. – Um rapaz loiro me tirou do caminho e examinou a
corrente.
-Sem fazer barulho dessa vez, Gustav. –Ian avisou fazendo uma
careta. –Da ultima vez quase nos matou.
Gustav ignorou o comentário. Tirou da mochila que usava uma
espécie de alicate, parecia grande e forte o suficiente para quebrar as
correntes e era.
Fui à primeira entrar. A lanterna tremia na minha mão, a arma
na outra mesmo que já não tivesse balas. O prédio era uma confecção, máquinas
de costuras e manequins se amontoavam pelos cantos. Mesmo com a lanterna era
escuro demais para se ver a alguns
metros de distância.
-Bill! Somos nós! –Tom falou ao meu lado, não tinha notado
ate aquele momento que ele segurava com força o meu braço.
-Bill! Por favor, aparece. Sou eu, a Mel.
Assim que acabei de falar tropecei em alguma coisa, de inicio
pensei ser um dos manequins, mas manequins não gemem de dor.
Entreguei a lanterna para Tom e cai de joelhos ao lado de Bill.
Ele segurava com força o braço que sangrava.
-Você está vivo, cara! –Tom disse sentando-se ao meu lado e
abraçando o irmão.
-É, mas dessa vez foi por pouco. –Bill deu uma risada se
humor.
-Foi mordido? –Gustav perguntou agachando-se perto do braço que
sangrava.
-Não. Eu tentei corre e cai em cima de uma flecha, não entrou
no meu braço, mas fez um corte bem feio. –Pela primeira vez Bill olhou para mim. –Conseguiu, garota.
-Tive tanto medo... Eu não sabia o que fazer. Eu não posso
ter perde. – Ele estendeu a mão e acariciou o lado direito do meu rosto
limpando as lágrimas.
-Também não posso te perde, Mel. Nunca. - Bill levantou-se com alguma dificuldade me
levando junto. Passou o braço bom em
volta da minha cintura e apertou-me contra seu corpo. Seus lábios tocaram os
meus lentamente, com desejo como se aquele fosse nosso ultimo beijo.
-Parece que foi preciso o mundo acabar para o meu irmãozinho
conseguir uma garota. –Tom disse para Gustav e Ian que riram como idiotas.
- Acho que eu gostava mais de você quando estava sumido. –Bill
disse dando um meio sorriso. –E então, gênio da família, como vamos sair daqui?
-Do mesmo jeito que entramos, só que amanhã na luz do dia.
Estamos em uma casa perto da cidade, é melhor fazer o caminho durante o dia.
Bill sentou-se ao lado do irmão enquanto eu fazia um curativo
improvisado. Quando acabei deitei a cabeça em seu ombro, precisava tê-lo por
perto, ter certeza que ele estava realmente ali nos meus braços. Ele estava
bem.
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