domingo, 14 de abril de 2013

O ultimo dia- Capitulo 13



É que você me tira o sentido, sabe? Você faz a vida ser muito mais complicada do que é. E você faz a minha loucura ser mais intensa do que é. E o meu amor, então, nem se fala.
arcádico.

A noite estava silenciosa, nenhum barulho para me assusta, mas por mais que eu tentasse não conseguia dormi.  Bill tinha a cabeça apoiada nas minhas pernas e eu entrelaçava os cabelos dele repetidas vezes. Sua respiração era calma e baixa, talvez eu dormisse por que tinha medo de que quando acordasse descobrisse que aquilo tudo não tinha passado de um sonho e ele não estava mais ali.

Quando o Sol apareceu no horizonte todos já estavam de pé. Pelo o que Tom tinha dito tínhamos mais de uma hora de caminha ate chegar à casa onde o restante do grupo estava.

Saímos pela porta dos fundos da pequena confecção, demos a volta na rua apressados. A quantidade de zumbis na frente do prédio ainda era muito grande.

Bill entrelaçou seus dedos nos meus quando alcançamos a avenida principal. Torci para ele não notar o quanto minha mão estava fria e soada. Desde a noite passada quando o perigo de perdê-lo esteve tão forte alguma coisa mudou, eu gostava de Bill antes, mas agora começava a perceber que o amava. E o mais assustador era não saber o tamanho desse sentimento.

Não sabia como seria quando chegássemos ao abrigo. Talvez qualquer coisa que Bill sentisse por mim fosse devido ao fato de pensar que talvez eu pudesse ser a última pessoa que  ele veria, mas agora sabendo que existiam outras talvez isso mudasse.

Aquele pensamento vez meu coração bater dolorosamente como se tivesse sendo puxado em todas as direções. A expressão coração partido sempre me pareceu uma figura de linguagem, mas naquele momento foi como se ele realmente estivesse partido, sangrando, me matando lentamente. Odiei-me por me sentir assim em relação a Bill e o odiei mais ainda por me fazer me sentir assim.

O Sol estava alto no céu quando nos aproximávamos da estrada que saia da cidade, a alguns metros já podíamos ver uma pequena casinha surgi em meio à vegetação. Apressamos o passo.

A casa era pequena, rustica e de aparência antiga e decadente. Tinha dois andares mal estruturado, uma cerca alta de madeira se erguia em volta assim como algumas plantas. Imaginei que aquela cerca tivesse sido construída depois que Tom e os outros chegaram à propriedade.

Um pequeno grupo de pessoas se reunia em frente a casa. Uma mulher de cabelos brancos e aparência cansada, uma garota loira de rosto delicado, um homem de cabelos curtos que exibia um grande sorriso, um senhor de idade, duas crianças e uma outra garota que não parecia ter mais que dois anos a mais que eu.

O homem mais jovem e a garota correram na nossa direção. Ela abraçou Tom de uma forma nada platônica o que me deixou chocada, ele não me pareceu o tipo de casos românticos. O rapaz abraçou Bill.

-Você conseguiu, cara! –Ele disse sorrindo.

-É claro que consegui! Um dia esse mundo vai voltar ao normal e a nossa banda não é nada sem mim, Georg. – Ele deu uma gargalhada alta.

Um a um o grupo foi se apresentando. O homem e a mulher mais velha chamavam-se  Abigail e Charles Stheuy e eram os donos da propriedade, a garota que abraçara Tom era  Lay, tinha sido salva por  ele durante a viajem do grupo para Chicago, a outra garota era Jessica, as duas crianças eram Edward e Mendy.

A casa por dentro era ainda menor do que parecia e me perguntava como conseguia abrigar tantas pessoas. O andar de cima era usado como quarto e o de baixo como cozinha. No final do corredor no segundo andar ainda tinha um pequeno banheiro.

-Acho que vão ficar um pouco grandes, mas foram todas as roupas que consegui. –Lay disse me entregando uma blusa de moletom e uma calça jeans. –Também trousse shampoo e sabonete.

-Obrigada! Serio, acabei de ganhar meu dia com isso. –Ela riu e saiu em seguida para que pudesse tomar banho.

Tirei as roupas sujas e antes de entrar em baixo do velho chuveiro me permiti uma olhada rápida no espelho.  Meu rosto estava horrível, sujo de terra e queimado pelo sol, os cabelos estava desgrenhados e embaraçados.
Mais um pouco e você podia se passar por um dos zumbis, disse para o meu reflexo.
A água era gelada, tão gelada que chegava a doer, mas mesmo assim era bom, não devia parecer tão bom.  Fechei os olhos e me encostei-me à parede deixado que a água limpasse não só o meu corpo, mas também minha alma.

Sobressaltei-me assustada quando ouvi a porta sendo aberta e fechada novamente. Bill estava apoiado na pia, um meio sorriso nos lábios.

- To tomando banho! –Disse procurando a toalha.

-Isso eu pude percebe. –Seu sorriso aumentou enquanto tirava a camisa. Prendi a respiração. –Sabe, é muito difícil conseguir água hoje em dia para desperdiça-la tomando banho uma pessoa de cada vez.

Bill  caminhou ate mim, seus lábios tocaram meu pescoço me fazendo arrepiar, suas mãos escorregaram pelas minhas costas e depois pela linha dos seios. Respirei ofegante e espalmei as minhas contra seu peito.  

-Para. – Ele riu baixo e mordiscou o lóbulo da minha orelha. Estremeci. –Por que está fazendo isso?

-Porque eu te quero. – Bill disse antes de me beijar de vagar.

Era difícil pensar em todas as objeções que passavam pela minha cabeça quando ele estava tão perto. Agarrei seus cabelos o puxando para mais perto ainda

-E o controle de natalidade? –Perguntei ofegante.

-Acho que preciso resolver isso na próxima excursão ate a cidade.

Meus olhos queimaram em lágrimas.

-Eu não quero que você volte lá.
Bill me olhou por algum instante depois me apertou contra seu corpo.

-Eu preciso cuidar do grupo agora, mas você sabe que eu sempre vou voltar, Mel. Eu te prometi isso lembra? – Balancei a cabeça uma vez. – Posso dormi com você hoje? Prometo que vou só dormi.

Limpei o rosto com as costas da mão e sorri.

-É claro. 

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