segunda-feira, 18 de março de 2013

O ultimo dia -Capitulo 8



Você é um idiota. Você me tem nas mãos. Você me ganha com um piscar de olhos. E pior, você sabe disso. Acho que é por isso que eu fujo, fujo, mas sempre volto pra você.
Giulia Mainardi.

Abracei os joelhos e fechei os olhos. Estava tão cansada... Abri a boca para falar, mas desisti ao lembrar a dor que isso causava pela falta de água.
Bill permanecia quieto ao meu lado, hora ou outra seu estomago fazia um barulho baixo, mas ele o ignorava.

Tínhamos deixado os zumbis para trás a alguns metros e começávamos a entrar no subúrbio da pequena cidade. Casas pichadas e decadentes se erguiam de todos os lados, o silêncio predominava rompido apenas pelo barulho do motor que já dava sinais de fraqueza.

-Preciso parar. Tenho que colocar gasolina. –Bill disse com a voz rouca. Seu rosto era uma máscara, mas eu podia ver o medo, a angústia, a tristeza e a raiva escondidas atrás daqueles mares castanhos.

-Bill? –Minha garganta latejou, mas continuei. –Me desculpe. Se eu tivesse sido mais esperta e usado outra coisa que não a arma teríamos água agora e poderíamos ir encontrar seu irmão.

-Não peça desculpas. Eu to vivo, não é? Está vivo é uma coisa importante.

Continuei parada olhando para frente quando ele desceu do carro e deu a volta ate o porta malas.

-E então, acha que pode ter água em alguma dessas casas? –Bill perguntou se  debruçando na janela ao meu lado.

-Talvez.

Abri a porta e desci. O ar era mais limpo por ali, mas vez ou outra se podia ver um corpo jogado em algum lugar escuro. Entramos na casa mais próxima, era pequena, simples, as paredes recobertas de um papel bege desbotado, uma pequena escada que dava ate o segundo andar, as janelas lacradas.

-Quem morou aqui sabia o que estava fazendo. –Bill disse erguendo uma das sobrancelhas.

Caminhei a te a cozinha, a arma apostos, e vasculhei um por um dos armários da cozinha. Não me dei ao trabalho de checar as torneiras, semanas antes de tudo esta completamente acabado o abastecimento de água já avia sido cortado.

-Nada?

-Só essas garrafas de cloro. –O rosto de Bill parecia ter se iluminado ao ouvir essas palavras.

-Cheire. Quando meu irmão e eu começamos a fugir guardávamos água em garrafas velhas de cloro. Conserva bem.

Abri uma das garrafas no compartimento de baixo de uma pia pequena e funguei sobre o gargalo. O cheiro não era tão forte quanto deveria ser.

-Agua! –Minha voz saiu esganiçada e minha boca salivava. Dei um gole longo, a água parecia queimar as rachaduras no fundo da minha garganta, mas mesmo assim era bom.
Entreguei-a em seguida para Bill e caminhei ate as escadas.

-Acha que podemos passar essa noite aqui? –Perguntei enquanto subia. –Quer dizer, parece segura e nós dois estamos muito cansados. Somo presas fácies assim.

-Hum. É, acho que sim.

A escada dava em um corredor pequeno de paredes azul claro. Duas portas apenas, uma do quarto e outra do banheiro. Entrei na primeira porta e me joguei sobre a cama de casal. Sensação maravilhosa sentir um coxão macio e um travesseiro.

Bill estava parado na soleira da porta, um meio sorriso nos lábios.

-Eu posso dormi com você hoje ou vou ter que dormi no chão outra vez?

Parei um segundo, não esperava ouvir aqui, talvez por que não estivesse preparada para responder. Suspirei fundo.

-Pode dormi comigo hoje. Mas se comporte.

-Eu sempre me comporto.

Bill caminhou ate mim e pegou minha mão, levantei-me e fiquei de frente para ele. Ele me empurrou ate o móvel ao lado da cama e me fez sentar, seu rosto estava perto do meu, sua mão fazia linhas retas na minha bochecha direita enquanto a outra apertava meu quadril. Seus lábios bocaram os meus rápido e em seguida desceram pelo meu pescoço, ombro... Suspirei entre dentes e agarrei seus cabelos.

-Calma! –Bill disse sorrindo, as mãos ainda nas minhas coxas. – Controle de natalidade. Não pensei em passar o fim do mundo com alguém.

-Então não me provoque, Kaulitz.

Desci do móvel e me joguei novamente sobre a cama. Ele deitou-se atrás de mim me abraçando por trás.

-É mais forte do que eu. –Não precisava virar para saber que tinha um sorriso escancarado e convidativo no rosto de Bill.  




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