sexta-feira, 15 de março de 2013

O ultimo dia -Capitulo 7



Parecia que meu coração estava sendo torcido como um nó. Eu queria correr até ela, mas não conseguia me mover.
Percy Jackson


Observei os quatro longos corredores do mercado. Mais dois gritos e tudo o que eu conseguia ouvir era minha pulsação acelerada, larguei os pacotes no chão e segurei a arma nas mãos tremulas.

Tentei seguir os gritos. Entrei no segundo corredor e me espremi contra prateleira, os gritos de Bill estavam mais perto e meu coração dava um baque dolorido cada vez que os ouvia. E se fosse tarde demais? Se ele já tivesse sido mordido? Eu teria coragem de atirar em Bill? Nunca. Eu ficaria ali com ele.

Prendi a respiração quando vi a alguns metros de mim ele jogado no chão. O morto-vivo tentava se debruçar sobre ele, Bill o afastava com os pés e se debatia fevozmente. A alguns metros seu arco estava jogado. Prendi a respiração

É só mirar e atirar, uma voz sussurrou no fundo da minha mente. Não era tão fácil. Ergui a arma e mirei, apertei o gatilho. Silêncio. Não aquele silêncio comum, aquele silêncio pesado que poluí o ar depois de uma briga.

Bill continuou a olhar o corpo caído ao seus pés antes de levantar e se encolher contra uma das prateleira, alguns enlatado caíram sobre ele, mas Bill não pareceu perceber. Sentei-me ao seu lado e abracei seu tronco.

-Ele te mordeu? -Perguntei mordendo o lábio para evitar que as lágrimas rolassem. Bill negou com a cabeça. Seu rosto estava pálido e os olhos vidrados.

-E-eu nunca cheguei tão perto de morrer... -Gaguejou retribuindo meu abraço.

-Acha que ouviram o tiro? -Minha voz saiu esganiçada e cheia de pânico.

-Talvez... É melhor não arriscar, vamos pegar algumas coisas rápido e sair daqui. Tem gasolina no porta-malas eu abasteço quando sairmos da rua principal.

Bill levantou-se cambaleante, seu corpo todo parecia vibrar. O puxei de volta.

-Eu tive tando medo de te perde. - Sussurrei antes de tocar levemente seus lábios. Era um beijo calmo, sem pressa, cheio de alivio.

-Não vai se livrar de mim tão fácil. -Bill disse sorrindo e segurando meu rosto entre as mãos. -Mas se alguma coisa  acontecer comigo... Prometa que vai atirar em mim e procurar o meu irmão.

-Eu não....

-Eu vi que você ia ficar comigo aqui se eu tivesse sido mordido e isso não pode acontecer! Eu não quero se uma daquelas coisas lá fora  e meu irmão precisa saber que eu o procurei enquanto pude e que precisa cuidar de você.

Abri a boca para falar, mas desisti. Era inútil, ele nunca me ouviria.

Limpei o suor do rosto com as costas da mão e comecei a recolher algumas das latas jogadas no chão sem saber ao certo o que estava pegando. Bill caminhou ate a entrada com o arco a postos.

-Vem, Mel! Alguns estão de pé!

Corremos ate a saída dos fundos e demos a volta ate o carro. Alguns dos zumbis caminhavam cambaleantes em nossa direção. Mal tive tempo de entrar antes de Bill dá a partida.


-Agora é sem parada. Direto para Chicago.


-Continuamos sem água. -Minha voz saiu monótona uma vez que aquilo já me parecia corriqueiro.

Ao meu lado Bill deu um suspiro longo e desanimado.

-Então é torce para aqueles  caras simpáticos paparem de nos perseguir e termos gasolina o suficiente para chegar em um lugar seguro e com água.   


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