Acordei com o Sol no meu rosto. Compra cortinas, anotei mentalmente. Arrastei-me até o pequeno banheiro,despi o camisola cor de rosa que ganhei de presente da minha mãe e me joguei em baixo da ducha morna .
Mais um dia longo e cansativo me esperava naquela faculdade lotada de ´´filhinhos de papai ´´. Cursa jornalismo sempre foi meu sonho, mas sentia saudades de ser livre, queria viajar, conhecer o mundo e não ficar presa em uma sala de aula.
Desci as antigas escadas de madeira e encaminhei para a cozinha. Meu pai estava como sempre sentado, tomando uma xícara de café, escondido atrás de um jornal.
-Bom dia, papai. -Eu disse lhe dando um beijo no rosto e me sentando ao seu lado.
-Bom dia, meu anjo. Quer uma carona até a faculdade?-Ele bebeu um grande gole de café e respirou fundo.
-Não, não precisa. Eu vou de bicicleta. -Respondi com a boca cheia de bolo.
Peguei a minha antiga bicicleta, metade branca e a outra metade corroída pela ferrugem, desci a rua da minha casa em direção a avenida principal. Distraí-me com algumas casas e voltei a mim quando estava prestes a colidir com um Audi branco.
Perdi o equilíbrio e caí no asfalto extremamente quente. Imediatamente o carro parou ,quando a porta abriu-se um grande cachorro correu na minha direção seguido por um homem alto ,com roupas largas e longas tranças ao longo do cabelo.Me fazia lembrar aqueles assassinos de filmes de ação .
-AH MEU DEUS!-Eu gritei me debatendo enquanto o cachorro lambia meu rosto.
-Calma, ele não morde. Você está bem? –O homem falou me pegando pelos ombros e me levantando.
-VOCÊ É LOUCO?!PODIA TER ME MATADO!
-Quem entrou no meio da avenida e na frente do meu carro foi você. -Ele não parecia nervoso, parecia apenas preocupado. -Você ta bem?Acho melhor te levar em um hospital...
-Não,eu não costumo entrar no carro de gente que quase mata .-Dei as costas para ele e andei com dificuldade até onde estaria minha bicicleta .Que grande cretino !Ele tinha parado em cima dela.
-Acho que você não tem escolha. A propósito, eu sou Tom e você, é?
-Alguém que você quase matou e alguém a quem você deve uma bicicleta, Tom.
Tom riu alto enquanto passa a mão na cabeça do cachorro que parecia prestes a deitar ali e adormecer.
-Eu te dou uma nova. Agora faça o favor de entrar nesse carro, não quero que digam que eu neguei socorro.
Ele praticamente me empurrou ate o carro e me forçou a sentar.
-Você ainda não disse seu nome. –Disse forçando o cachorro a entrar e se sentado no banco do motorista ao meu lado.
-Sophia.
- Sophia... Belo nome.
O resto da viagem foi em total silêncio. Ocupei-me em observa as feições de Tom. Na verdade apesar do ombro largo, peito definido e barba por fazer, dava-se para notar que ele não era muito mais velho que eu.
Após meia hora naquele carro me peguei imaginado como seria passar a língua no piercing no lábio inferior de Tom .Expulsei rapidamente esse pensamento da minha cabeça .
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