domingo, 26 de agosto de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 13


Eu me lembro das lágrimas escorrendo pelo seu rosto
Quando eu disse "nunca te deixarei ir embora"
Quando todas as sombras quase acabaram com a sua luz
Eu me lembro que você disse "não me deixe aqui sozinho"
Mas nesta noite tudo está morto, acabado e já passou - Safe and sound 




Não podia acreditar no que meus olhos viam. Bill abriu as asas de fora que elas parecessem ainda maiores e virou-se para mim evitando o tempo todo que seus olhos encontrassem os meus.

-Por favor, fique calma. Não vou te machucar. –Ele disse observando minha expressão que era um misto de pânico e incredulidade.

-Quem... O que você é? –Perguntei com a voz fraca e o coração aos pulos.

-Ele é tudo que você não é. –Miguel disse caminhando ate mim e parando de súbito quando Bill virou-se para ele e impediu sua passagem. –Um anjo.
-Vá embora. Agora! –Bill disse entre dentes me puxando para perto e me envolvendo em suas asas como uma forma de me protegem daquele homem.

-Eu vou, mas que fique avisado que se você não fizer o que foi lhe ordenado eu mesmo farei. E não serei nem um pouco piedoso.

Antes que qualquer coisa pudesse ser dita Miguel nos deu as costas e com a mesma velocidade que apareceu minutos antes desapareceu.
Bill me olhou preocupado, ainda me tinha em seus braços e suas asas ainda cobriam todo o meu corpo. Não tive coragem de olha-lo nos olhos, mas isso não impediu me bombardeá-lo com perguntas.

-Por que não me contou? O que aquele homem quer comigo? O que você tem que cumprir? –As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu falava sem parar para respirar.

-É complicado, anjo. –Ele disse calmo acariciando meus cabelos.

-NÃO ME CHAME ASSIM! –Gritei deixando explodir toda a fúria que sentia. Sentia-me traída por Bill não ter me contado o que era antes.

-Não lhe contei antes por que não estava pronta. Queria que confiasse em mim, que tivesse certeza de que não te faria mal. Nunca. Miguel é um anjo, assim como eu. –Ele respirou fundo ,como se tivesse criando coragem e então continuou a falar calmamente ,como se falasse para uma criança. –Claro que como você deve ter percebido é um tipo superior de anjo. Os humanos o conhecem com o Messias. Ele quer sua vida e minha missão tira-la de você.

Estremeci com aquelas palavras e se Bill não me segurasse teria caído de joelhos naquele momento.

-Não. Não tenha medo, eu não vou te machucar. Prefiro morrer a fazer isso. –Ele disse quando tentei me livrar de suas mãos. –Anjo... Desculpe. Só peso que acredite em mim, porque sou a única pessoa que pode te proteger. Mesmo que por pouco tempo. Agora somos nós dois contra o céu e o inferno.
-Por que Miguel me quer morta? –Perguntei tentando manter a calma, mas sabia que Bill podia sentir minhas pernas tremendo e batendo contra as suas.

-Não é só ele. Todos os anjos... Inclusive eu antes de me aproximar de você. Você é uma ameaça para o mundo, Ângela. –Ele me apertou com ainda mais força contra seu corpo como se tentasse me proteger do que diria a seguir. –Você é um... É um demônio. É a filha de Lúcifer.

Implorei em pensamento naquele momento que alguém aparecesse com uma câmera e dissesse que tudo aquilo não passava de uma pegadinha, mas ninguém veio e me senti perdida como se o chão tivesse se aperto sobre os meus pés e a única coisa que me mantinha ali de pé fosse Bill.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 12


Quando tá tudo indo bem, eu sempre tenho a sensação de que alguma coisa, no fundo, tá muito errada.
Tati Bernardi  




Bill parou a moto no jardim da frente da minha casa. O rosto da tal irmã dele ainda passava pela minha mente, simplesmente não conseguia acreditar que fossem parentes.

-Como ela se chama? -Perguntei enquanto caminhávamos em direção à porta de entrada. Mais uma vez a expressão de Bill se tornou seria, isso acontecia todas as vezes que eu perguntava de sua vida.

-Francesca. Podemos esquecer isso agora?

Ele parou de súbito quanto à porta se abriu e minha vó saiu vestida em um roupão rosa berrante. Sua expressão era severa e ficou ainda pior quando pousou o olhar em Bill.

-Anette.

-Bill. O que faz aqui? –Eu quase podia ver faíscas voarem pelo ar quando os olhares dos dois se encontraram.

-Tinha negócios a resolver... Bem isso não importa mais. Ângela está entregue. –Bill desviou o olhar da minha vó e curvou-se em minha direção, selou nossos lábios em um beijo rápido, colocou o capacete e segundos depois sumiu ao virar uma esquina.

Caminhei apressada pela casa e entrei no meu quarto, despi a camisola e coloquei uma calça jeans e uma camiseta, estava atrasada para a escola. Mas o real motivo de toda minha pressa era não querer conversar com a minha avó sobre Bill, mesmo estando corroída pela curiosidade de saber de onde os dois se conheciam.

Desci correndo as escadas enquanto arrumava em um rabo de cavalo meus cabelos. Ela me esperava no final da escada, era impossível escapar da minha avó quando ela queria dizer ou talvez perguntas alguma coisa.

-O que faz com aquele garoto?

-Ele é meu...Namorado ,talvez. –Eu mesma não sabia em que patamar se encaixava minha relação com Bill. Amizade, não. Sexo casual, muito mesmo. Namoro, talvez.  –E você, de onde o conhece?

Sua expressão ficou dura e seria ela passou as mãos pelos cabelos grisalhos enquanto caminhava de um lado para o outro.

-Não importa. Apenas saiba que Bill não te fará bem e se sente algum carinho ou respeito por mim fique longe dele.

-Sinto muito, mas isso eu não posso fazer. Eu o amo.

Caminhava solitária pelas ruas vazia da cidade. O dia estava claro, milagrosamente o Sol não estava coberto por uma espessa camada de nuvens negras e tempestuosas.
Bill freio a moto a alguns centímetros de distancia de mim, me esticou a mão com o capacete e fez sinal para que eu subisse.

-Eu tenho escola sabia? –Disse sorrindo quando paramos na frente da velha cabana.

-Não perderá o ano por causa de uma falta.

-Você mora aqui? –Perguntei olhando o lugar decadente.

-Não...-Bill deu um sorriso tímido antes de continuar. –Venho aqui quando quero ficar sozinho. Tenho um amigo que é padre na capela da cidade, vivo na casa nos fundos da tal capela.

-Você não parece religioso. –Disse sorriso e o abraçando.
-É.

Ele se aproximava para me beijar, mas fomos interrompidos pelo barulho das vidraças das janelas quebrando-se e a antiga porta de madeira vindo ao chão.

-Fique atrás de mim. –Bill disse quando um homem alto de cabelos longos e claros entrou. Sua expressão era seria e quando seu olhar encontrou o meu senti um calafrio percorrer todo o meu corpo. Envolvi a cintura de Bill por trás.

-Olá, Bill. Vejo que fez... amigos ,pena que suas companhias não sejam tão boas.

-O quer aqui, Miguel? –Lembrei-me naquele momento do que Francesca tinha dito na manhã passada: Miguel virá te visitar.

-Você sabe o que quero.

-Eu não posso. Não é do jeito que eu pensava, ela é boa.

-Claro. Agora me diga, não sente nojo ao tocar e beijar uma coisa como essa? –Miguel perguntou enquanto apontava para mim. –Ela sebe o que você é?

-Não.

-MOSTRE, AGORA!

-Não posso.

-MOSTRE!

Bill se afastou de mim e caminhou ate o centro da sala, uma luz forte o envolveu e quando finalmente pude abrir os olhos me choquei com o que via. Longas asas negras saiam majestosamente das costas de Bill, deviam ter pelo menos o dobro de sua altura e me fizeram estremecer.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 11


Um beijo, um toque
Nunca suficiente
Tão suave,
tão difícil
Não pare
Você começa
Habilidades instintivas como animais -Human connect to human 





Deitei a cabeça sobre o peito de Bill e me embriaguei com seu perfume.

-O que você me esconde? –Perguntei mantendo os olhos fixos nos desenhos na camiseta que ele vestia.

-Ainda não está na hora de você saber. –Bill levantou-se e olhou nos meus olhos antes de continuar. –Só peço que confie em mim e que lembre-se que sempre vou te proteger e ...

-E?
-E te amar.

Sabia o quanto estava me arriscando e o quanto estava pondo em risco a vida da minha avó, mas ao ouvir aquelas palavras nada mais importava.
Envolvi os dedos nos cabelos negros de Bill e o puxei para mais perto. Ele selou seus lábios nos meus e se curvou sobre mim.

-Seja minha. –Disse entre um beijo e outro. Não disse nada apenas o puxei para ainda mais perto o forçando a deitasse sobre mim.

O peito de Bill roçou contra meus seios através do tecido fino da camisola. Ele sorriu enquanto  abaixava as alças e puxava minha única vestimenta até a cintura. Suas mãos escorregaram até meus seios e os apertaram. Gemi.

-Gosta disso?  -Ele perguntou roçando os lábios em meus seios. Senti meu rosto queimar e odiei a mim mesma por está corando naquele momento.

-Bill...

-Sim?

-Nunca mais vá embora. Não importa o que eu diga ou faça, não me deixe.

-Eu nunca te deixei. –Ele disse sentando-se e me olhando nos olhos. –A expressão seria que tinha tomado conta do rosto de Bill deu lugar a um sorriso travesso enquanto caminhava o olhar pelo um corpo. –Se vista. Não posso perde o controle com você.

Suspirei fundo para mostrar meu total desagrado, me sentia absolutamente indesejável naquele momento. Ele sorrio ao ver minha expressão.

-Eu te quero... Muito... Mas não aqui e não agora. –Bill me deu um beijo rápido e se levantou.

Aprecei-me em me vestir. O Sol já entrava pela janela e estranhamente fazia um dia quente e claro.

-Bill...Quem era aquela garota falando com você naquela manhã na escola ? –Perguntei enquanto caminhava ao seu lado ate a moto preta estacionada ao lado de uma grande e antiga arvore.

-Pode-se dizer que era minha irmã. –Sua expressão era dura e os punhos estavam cerados.

Lembrei-me da  fisionomia da garota por alguns instantes .Ela não se parecia em nada com Bill. Era baixa, tinha os olhos extremamente claros e de semelhante tinham apenas a pele pálida e os cabelos escuros.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 10


E o horizonte parece desaparecer
E todos os seus sonhos estão incompletos
Posso sentir que o fim está próximo
Tudo tem vindo, como nós tínhamos temido -Final  Day 



A chuva batia contra o meu rosto e o vento fazia minha franja entrar nos meus olhos. Puxei meu casaco para ainda mais perto do corpo e caminhei apressada. Esse era  o fim de mais um estressante dia naquilo que eu chamava de escola, mas a verdade era que não era a escola que estava me perturbando .

Tinha visto Bill naquela manhã, ele não se aproximou. Seu semblante era cansado como se não dormisse há dias parecia acima de tudo muito preocupado.
Estava saindo para o intervalo ao lado de Milena quando o vi conversando com uma garota pálida de longos cabelos negros, não pode ver seu rosto. Eles conversavam aos sussurros e Bill parecia argumentar algo muito importante, gesticulava e andava de um lado para o outro, a garota por outro lado permanecia imóvel  como se aquilo tudo não fosse com ela .

-Miguel virá te procurar! –Ela disse em voz alta ao se afastar. Seus olhos assustadoramente verdes focaram em mim por alguns instantes quando passou ao meu lado. Estremeci.

Bill me lançou um olhar rápido e também se afastou, não o vi durante todo o restante do dia. Eu sabia que ele escondia coisas ,segredos que talvez eu não quisesse saber ou que talvez não devesse, mas podia sentir que Bill sofria ,que carregava um fardo pesado demais e isso também me fazia sofrer.

Girei a maçaneta de vagar, a casa estava vazia e silenciosa. Caminhei ate o meu quarto e me joguei na cama. Senti aquela presença fantasmagórica mais uma vez, mas dessa vez não tive medo. Era diferente, quase como se fossou outra pessoa... Ou criatura.

As horas passaram mais rápido do que imaginei e quando dei por mim o crepúsculo já caia lá fora.

-Ângela, não vai descer para comer?-Minha vó perguntou entrando no quarto.

-Não. Não estou com fome.

-Querida, você está bem?-Ela disse sentando-se ao meu lado e acariciando meus cabelos. -Tem tido pesadelos ,não se alimenta ,está tão pálida.

-Esta tudo bem, juro. -Era mentira, não estava nada bem. Bill estava longe de mim e Peter, ao contrario, cada vez mais perto. Eu tinha medo e algo lá no fundo dizia que deveria mesmo ter medo. -Só preciso dormi.

Fiquei perdida em meus pensamentos ate adormecer. Mais uma vez tive um daqueles sonhos perturbadores.

Estava uma sala vazia, as luzes pouco a pouco iam se apagando dando lugar ao uma escuridão assustadora. Às paredes pareciam se aproximar e no meio daquele desespero Bill apareceu. Ele estava envolto em uma luz ofuscante e afastava toda a escuridão.

-Veio me salvar?-Perguntei correndo em sua direção. Bill não respondeu em ver disso apenas me mostrou a foice que carregava consigo.

Acordei com o meu próprio grito, meu rosto estava encharcado de suor.

-Outro pesadelo?-Minha vó perguntou com um sorriso entrando no quarto.
-Que horas são?-Sentei-me na cama e com o olhar procurei meu casaco pelo quarto.

-Umas três da manhã...

-Preciso sair. -Caminhei ate o casaco, o joguei sobre a fina camisola e caminhei apressada em direção as escadas.

-AONDE VAI, ÂNGELA?!-Minha vó tentava me acompanhar, mas simplesmente a  ignorei e seguir meu caminho. Precisava encontra-lo fazia ideia de onde poderia estar.

Andei pelas ruas frias e vazias da cidade em direção a floresta, não me lembrava exatamente onde ficava a cabana para onde Bill havia me levado a semanas atrás ,mas a encontraria .

Devia estar caminhando há horas, o Sol já aparecia no horizonte quando parei em frente às antigas portas de madeira corroída por cupis. Girei a maçaneta de vagar e entrei sem fazer barulho. Bill dormia em cima de seu sobre tudo em um canto escuro do Comodo. Apesar de não ter feito barulho ele se levantou assim que me aproximei.

-O que faz aqui?-Bill perguntou vestindo a camiseta.

-To com medo. -Ele não me respondeu, apenas envolveu seus braços em volta de mim e me abraço forte. Era tudo que eu precisava. –Posso dormi aqui com você? Ainda tem algumas horas antes da escola...

-Não acho que vai ser uma boa ideia...

-Só dormi. -Bill se aproximou novamente de mim,afastou meu cabelos e deu um beijo rápido no meu pescoço.

-Nunca conseguiria simplesmente dormi sentindo o seu cheiro, o toque da sua pele na minha... Você me deixa fora de mim.
Ele escorregou suas mãos ate minha cintura e depois as subiu ate o contorno dos meus seios. Estremeci.

-Tudo bem, vou me comporta. Apenas dormi. -Bill disse com um sorriso nos lábios. -Por enquanto.


domingo, 5 de agosto de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 9


Ainda estou acordado por você
Nós não faremos isso juntos.
Não podemos esconder a verdade,
estou entregue à você agora.
Meu ultimo desejo guiará você,
antes do oceano
romper-se
debaixo de mim-Sacred


Bill parou a moto na frente da minha casa.

-Te vejo amanhã? –Perguntei lhe devolvendo o capacete.

-Eu nunca sei quando vou te ver de novo, anjo. -Ele disse descendo da moto e ficando em pé a alguns centímetros de mim. -Hoje pode ser a ultima vez... -Bill passou a mão esquerda pela minha face e escorregou a outra ate o seu bouço. -Por isso quero te dar isso.

Ele tinha uma delicada correntinha prateada nas mãos, um pingente com a forma de uma parte de asas de anjo estava preso em sua extremidade.


-Bill...

-Aceite. -Ele disse caminhando ate as minhas costas, afastando meus cabelos e prendendo a correntinha em volta do meu pescoço. –Para você lembrar-se de mim quando eu não estiver por perto. Para lembrar que eu sempre vou te proteger, mesmo quando você não puder ver.

-Acredita em anjos?-Perguntei escorregando os dedos pelo pequeno par de asas.

-Pode-se dizer que sim. –Bill deu um sorriso tímido antes de continuar. -Você não?

-Sou cética sobre essas coisas... –Observei os olhos castanhos de Bill por alguns instantes. -Por que fala como se estivesse sempre pronto para partir?

-Por que eu não quero te enganar te fazendo acreditar que vou estar aqui para sempre. Mas vou estar enquanto poder.

-Não me deixe.

Bill não disse nada apenar envolveu seus braços em volta de mim e me puxou para um abraço.
-Me espere hoje à noite. -Ele disse me dando um beijo rápido e subindo na moto. - Deixe a janela aberta.

Quando o crepúsculo caiu lá fora meu coração batia tão forte que poderia sair pulando pelo piso de madeira do meu quarto. Observei ansiosa enquanto as horas passavam. Des horas, onze,meia noite ...
Acabei por adormecer e fui despertada por lábios que tocavam suavemente os meus. Retribui o beijo ate notar a falta do piercing que Bill tinha na língua, me afastei de pressa.Não era ele .

Peter estava debruçado sobre mim e sorria alegremente vendo a minha expressão de pânico.

-Não era a mim que você esperava?-Ele perguntou passando a mão pelos meus cabelos. –Esta me traindo, querida?

-O que esta fazendo aqui?-Perguntei tentando impedir que as lágrimas rolassem pelo meu rosto.

-Dei uma passadinha no quarto da sua vô, ela dormia tão calmamente... Seria uma pena se nunca mais acordasse...

-Peter, não... Por favor.

-Você sabe o que fazer. -E dizendo isso ele caminhou ate a pequena janela e sumiu na noite.

Cerca de meia hora depois Bill entrou no quarto. Parecia alegre, mas o sorriso sumiu de seus lábios assim que colocou os pés no piso.

-Esse cheiro... Quem esteve aqui, anjo?-Estremeci quando ele segurou meus ombros me obrigando a encara-lo.

-Vai embora... -Disse em sussurro.

-O que?

-Você me  ouviu. Se gosta de mim como diz vai embora e não me peça para explicar o porque .

Bill me encarou por alguns segundos, sua expressão não transmitia nada. Era totalmente vazia. Ele apenas deu-me as costas e foi embora sem dizer uma só palavra.
Deixe-me cair no chão frio, as lágrimas rolaram uma a uma pele meu rosto e meu coração estava dividido entre o pânico e o desespero. Queria sair correndo dali e ir atrás de Bill,mas não podia .


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 8

Eu não sei o seu nome
Mas eu ainda acredito
Agora é o momento
Para você e eu
Momento para você e eu -Phantomrider

Corri em direção a sala de aula, novamente estava atrasada. Apesar de tudo estava feliz não tinha esbarrado em Peter durante todo o dia e aquela seria minha ultima aula antes de ir para casa.
Entrei apressada e corri em direção à carteira onde Bill estava sentado.

-Está atrasada de novo. -Ele disse com um sorriso irritantemente lindo.

-Você é o meu colega de classe, não o meu professor. -Respondi com ironia.

-Quero conversa com você hoje. -Bill disse pouco antes de a professora gritar silêncio e bater com força o apagador contra o quadro negro nos fazendo pular com o susto.

Não conseguia imaginar o que Bill poderia querer falar comigo, mas ainda sim meu coração disparava com forme as horas passavam. Assim que a campainha soou indicando que a aula tinha acabado Bill envolveu seus dedos em torno dos meus e me arrastou ate uma parte reservada do pátio.

-O que queria falar?-Disse tentando parecer o mais calma possível, não estava.

-Não sei por onde começar... Nunca pensei que estaria aqui te dizendo isso. -Ele deu um longo suspiro antes de continuar. -Eu... Eu sei que o estou fazendo não está certo, vai contra qualquer regra, mas eu simplesmente não tenho mais forças para ficar longe de você. Achei que seria fácil cumprir o que vim fazer aqui, mas não consigo .Simplesmente não consigo .

Apesar de não entender o que Bill queria dizer e por estar cheia de perguntas, fiquei feliz por ouvir aquelas palavras.

-Então não fique longe de mim. -Disse envolvendo os dedos em seus cabelos negros e o puxando para perto. Abri os lábios lentamente e toquei os de Bill, ele parecia tenso, mas ainda sim cedeu ao beijo e selou seus lábios nos meus com tanta intensidade, como se precisasse daquilo para sobreviver.

-Isso vai contra qualquer regra. -Ele disse se afastando e sorrindo para mim. –Eu nunca compro regras mesmo.

-O que você esconde Bill?

-Não importa. Ainda não é o momento certo para te contar tudo. A única coisa que precisa saber é que ficarei do seu lado mesmo sabendo que com esse beijo acabamos de selar nossa morte .-Bill encarrou meu semblante confuso e assustado por alguns instantes antes de me puxar para um abraço .

-Minha vida está de cabeça para baixo. -Disse deitando a cabeça no peito de Bill e deixando que as lágrimas rolassem tudo que eu tinha suportado estava explodindo dentro de mim.

Eu sabia que Bill escondia segredos e que talvez eu não quisesse descobrir metade deles, sabia que talvez ele não fosse tão confiável e que talvez eu devesse manter distancia, mas naquele momento ele era única coisa que me mantinha de pé.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 7


Eu me encontro em tantos mundos
Posição desconhecida
A solidão machuca
Segure-me (Eu estou me afogando )
Segure-me -Humanoid 




Minha cabeça girava e minha visão estava fora de foco. Levantei-me de vagar e observei assustada o ambiente a minha volta.
Estava em uma espécie de cabana, as paredes descascavam devido ao tempo e o pó se acumulava pelo piso e pela pequena mesa de madeira postada no meio do cômodo.

Minhas roupas estavam jogadas em um canto, pareciam estar totalmente encharcadas e sujas de lama. Sentei-me no chão e abracei meu próprio troco, o frio que fazia ali era quase enlouquecedor, mas não se comparava nem em sonhos com o medo que eu sentia.
Pensei em vesti-me e voltar para casa antes que quem quer que fosse que me tivesse trago ate ali voltasse, mas simplesmente não fazia a menor ideia de ontem estava.

Estava perdida em meus pensamentos quando a porta se abril e Bill entrou carregando algumas sacolas. O olhei assustada por alguns por alguns segundos ,tentei esconder o máximo que pode do meu corpo com as minhas roupas encharcadas .

-A h, por favor, Ângela. Fui eu que tirei suas roupas... Não vou te estrupa ,se é o que tá pensando . –Ele disse colocando as sacolas em cima da mesa.

Seu semblante era serio, mas eu quase podia ver o sorriso debochado por trás daqueles olhos castanhos. Senti meu rosto queimar quando Bill pousou seu olhar sobre mim. Odiava a mim mesma por me senti tão perturbada em sua presença que mal podia pensar.

-Estava me seguindo? –Perguntei tentando não parecer tão assustada.

-Por que não pode simplesmente me agradecer e não fazer perguntas que eu não posso responder? –Bill disse me jogando um vestido preto que reconheci como sendo meu.

-Onde pegou isso?

-Fui à sua casa enquanto você dormia, pulei a janela e peguei o vestido. -Ele disse dando de ombros.

Olhei para o vestido preto, não tinha alças, marcava muito a minha cintura e caia em uma saia rodada ate pouco antes dos joelhos.

-Deveria ter trago algo que me aquecesse, não é mesmo?

-Desculpe, achei que esse ficaria lindo em você. -Bill tirou o sobre tudo que sempre usava e jogou para mim. -Vista isso por cima.

Peguei a peça de roupa relutante, lancei um olhar para Bill, sua camiseta estava rasgada e se não fosse por alguns retalhos de pano seu tronco estaria totalmente nu.

-E você?-Perguntei mantendo o olhar baixo e evitando olhar o corpo esguio de Bill.

-Não estou com frio. Se vista rápido, estou te esperando lá fora.

Apressei-me em me vestir, joguei o sobre tudo sobre os ombros e caminhei ate a porta. Em Bill ele não passava dos joelhos, mas em mim a peça de roupa ficava a poucos centímetros dos pés.

Bill me esperava encostado em sua moto e lançou um olhar enigmático para mim assim que me viu. Seus lábios se contorceram em um sorriso .

-Disse que ficaria lindo em você .

Não demorou muito para estarmos parados em frente a minha casa.

-Não se aproxime de Peter novamente. -Bill disse colocando o capacete de volta a cabeça. -Ele não terá misericórdia da próxima vez. Esse corte no seu braço é um aviso.
-Como você sabe que eu... -Comecei a falar confusa ,mas ele me interrompeu.

-Não interessa ,apenas tenha um pouco de amor a sua vida . –E dizendo isso Bill partiu me deixando cheia de perguntas que tinha certeza que ele não responderia.

Lancei um olhar para a porta de entrada da minha casa, não tinha noção de que desculpa inventaria por ficar sumida durante quase dois dias.