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Tati Bernardi.
Os dias foram se arrastando e durante todo esse tempo eu
fazia o máximo para me manter afastada de Georg .Eu o via passar pelos
corredores ,o via conversar com outras pessoas na hora das refeições .Sentia
vontade de ir falar com ele ,mas tinha feito uma promessa para mim mesma e iria
cumpri-la .Prometi nunca mais me aproximar de ninguém ,não veria mais ninguém
que eu amo morrer e era isso que eu ia fazer .
Mas foi inevitável ficar frente a frente com Georg naquela manhã.
Mari entrou correndo no meu quarto e me acordou aos berros, misturando francês
com o seu inglês cheio de sotaque.
-Anne ,você vai na
cidade !
-Eu?Com quem?
-Olá, Anne.-Georg entrou no meu quarto ,não parecia nem
animado e nem desanimado .Sua expressão era indecifrável .
Estava vestido com uma calça jeans velha e uma blusa preta
de mangas curtas, não resisti a tentação de observá-lo de cima a baixo .
-Você vai com ele. -Mari disse arrastando o rapaz para fora
do quarto para que eu me vestisse .
Levantei com um pulo ,fui ate o velho banheiro ,tomei uma
ducha fria ,vesti uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma blusa preta do
Metallica ,estava quase parecida comigo mesma antes da guerra me atingir .
Quando Georg e eu passamos pelos altos muros da antiga base
militar me senti deixando a minha zona de conforto e estava.
Georg se aproximou e envolveu seus dedos em volta dos meus, um
calor percorre toda a minha espinha. Tive vontade de se afastar, mas não o fiz.
-Não sai de perto de mim. -Ele disse assim que entramos na cidade.
Berlim não lembra nem de longe a cidade onde eu tinha
nascido e crescido .Estava em ruínas .Poucas lojas e casas se mantinham em pé
em meio aos resto de prédios ,hospitais ,escolas ,casa de família ...A casa da
minha família estava no meio daquele entulho sem duvidas .
Quanto mais pertos chegávamos do centro da cidade mais Georg
apertava seus dedos em volta dos meus ,aponto de machuca ,mas mesmo assim não
recuei ou soltei a minha mão da dele .Eu me sentia segura sentindo o sue toque
,era reconfortante .
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