segunda-feira, 14 de maio de 2012

O Lado Escuro Do Sol -Capitulo 4

Falávamos como se nos conhecêssemos há anos. Há vidas quem sabe -Caio Fernando De Abreu 





Entramos em um velho supermercado em ruínas ,o senhor no balcão nos cumprimentou com um aceno de cabeça e observou atentamente enquanto Georg largava minha mãe caminhava ate o carrinhos de compra enferrujados .

-Nós seremos rápido .Vamos voltar para a base antes de anoitecer ,não é seguro depois que o Sol se Poe .

Ele disse enquanto pegava várias latas e jogava dentro do carrinho .Não respondi ,penas acenei que sim com a cabeça .

-Você nunca me disse nada sobre sua vida .-Georg disse pegando minha mão novamente e me levanto para o próximo corredor .

-Não tenho muito que falar. –Respondi, enquanto pegava várias sacas de arroz.

-Não importa me conte mesmo assim. Estou curioso ao seu respeito.

O olhei nos olhos por alguns instantes. Georg fazia-me lembrar de como eu costumava ser. Livre, sorridente, ate mesmo engraçada e carinhosa. Eu não era mais assim, odiava o que tinha me tornado, mas esse era o jeito que havia encontrado para não me machucar mais. Tranquei-me em uma prisão sem muros, me tranquei dentro de mim mesma e esperava que ninguém ultrapassasse essa parede que eu havia construído.

-Eu tinha uma vida normal ,estava acabando de me forma e começado a trabalhar em um hospital que ficava aqui perto .

-E então ?

-O hospital foi invadido, mataram quase todo mundo. Eu me escondi com uma criança que eu estava atendendo em baixo da minha mesa, mas nos encontraram .O sangue quente daquela criança batendo contra o meu rosto ...Foi a pior sensação que já tive .Um,dois ,três tiros .Pensei que tinha morrido ,mas felizmente ou infelizmente não tinha .

Georg estava parado ao meu lado e me olhava atentamente, parecia curioso em relação a minha historia ou a mim.
-Eu queria lembrar-se da minha historia. Queria mesmo .

-Um dia...Você se lembra .

Apertei sua mão e o arrastei ate o próximo corredor. O restante das compras foram em silêncio,mas não qualquer silêncio .Sentia quase como se Georg estivesse vendo através de mim toda vez que pegava um produto, o segurava pouco acima do dos ombros e me olhava com um sorriso .

Quando saímos do velho mercado com os braços carregados de compras o crepúsculo acabará de cair.
Caminhamos por longas horas ate chegarmos a uma antiga casa abandonada.

-Não da para continuar ,está muito tarde .Vamos passar a noite aqui ,amanhã nós seguimos viajem .

Não queria passar uma noite sozinha com Georg ,mas ate mesmo eu com toda a minha teimosia sabia que era o certo a se fazer .

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