terça-feira, 31 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 6


Eu tentei esconder um
Olhar de raiva
Disfarçando em um sorriso
Bem, você nunca saberia mesmo
Eu tinha tudo, mas não o que eu queria
Porque a esperança pra mim era como um lugar
desconhecido
e encoberto - Careful 





Minha vó gastou os dois dias seguintes nos preparativos para o enterro do meu avô. Eu sabia o quanto aquilo a machucava e isso só fazia crescer a raiva dentro de mim.

Acordei naquela manhã me sentindo pior do que me sentira durante toda a minha vida. Arrastei-me ate o pequeno banheiro e despi a camisola, antes de entrar em baixo da ducha olhei-me rapidamente no espelho. Meus olhos estavam inchados pelas noites sem dormi e pelas milhares de lágrimas que havia derramado nos últimos dias ,eles mal tinham brilho e seu verde estava mais apagado que nunca ,minha pele estava ainda mais pálida que o normal .
Eu mesma poderia ser confundida com uma morta, disse para meu reflexo dando um sorriso amargo.
Caminhei ate o boxe e me joguei em baixo da ducha. Senti meus músculos relaxares com o contado com a água morna.
Peguei um dos meus vestidos pretos e o coloquei, ele era simples tinha apenas alguns babados para dar volume à saia e nada mais, apesar disso o caimento era bom no meu corpo. Arrumei os cabelos em um coque no alto da cabeça e fiz uma maquiagem simples, apenas para disfarça as olheiras.

Quando desci as escadas minha vó já me esperava ao lado de Milena e a mãe dela que era minha tia.

-Bill vai? -Mi me perguntou quando me puxou para um abraço.

-Não.

Seguir em silêncio ate o cemitério e na primeira oportunidade que tive me afastei de todos e caminhei ate a saída. Sabia muito bem onde encontrar Peter e se ele estava pensando que mataria meu avô e ficaria por isso mesmo, estava muito enganado.

Sua casa ficava nos arredores da cidade, perto de uma mata quase inexplorada. Tinha estado lá uma ou duas vezes e tinha absoluta certeza que aquela mansão poderia ser facilmente uma locação de filme de terror.

Caminhei aproximadamente unas duas horas ate parar na frente das antigas portas de carvalho. Virei às maçanetas. Estavam abertas, entrei e dei de cara com Peter jogando no velho sofá empoeirado no meio da sala de estar .

-Eu sabia que viria. -Ele disse com um sorriso irônico. -Tenho boas lembras de nós dois nesse sofá ...

-Poupe-me do seu cinismo.

-Esta nervosinha, eu deveria saber.

Bufei.
Dei alguns passos para trás e tomei impulso  para acerta-lo com um tapa no rosto .Peter virou a face quando minha mão o atingiu ,mas apesar disso continuava sorrindo .

-POR QUE ESTÁ SORRINDO?-Gritei impaciente.

-Seu pai ficará orgulhoso. É vingativa, fria...

-Meu pai está morto e você sabe disso.

Peter não disse nada apenas me encarrou por alguns segundos, seu sorriso tinha dado lugar a uma gargalhada alta e arrepiante, ele parecia outra pessoa.

-Tão bobinha... Vou te mostrar como um de nos fazemos às coisas.

Antes que eu pudesse reagir sua mão envolveu meu pescoço e me suspendeu a alguns centímetros do chão. O ar não chegava mais aos meus pulmões, minha visão ficava cada vez mais embaçada. Odiei a mim mesma por está tão vulnerável, por não conseguir me defender e nem poderia.
Tudo ficou escuro a minha volta, perdi a consciência.

Estava frio, minhas roupas estavam completamente encharcadas e eu simplesmente não conseguia me mover. Olhei para o céu coberto de nuvens, a noite já havia caído e uma fina garoa tocava o meu rosto.

Estremeci ao ver o líquido vermelho vivido escorrer pelo meu braço. Pela primeira vez temi a morte, podia sentir seu hálito gélido.

Estava escuro de mais para ver quem se aproximava, mas podia ouvir seus passos cada vez mais próximos de mim, as lágrimas escorreram pelo meu rosto quando imaginei que talvez pudesse ser Peter voltando para acabar o que havia começado.

Senti o calor de duas mãos escorregando pela minha cintura, tentei resistir, mas simplesmente não tinha forças. Seja quem fosse não pretendia me matar, pois nos minutos seguintes ouvir o barulho de um tecido sendo resgado e logo em seguida envolvido e apertado sobre meu corte. Fui suspendida e descansei a cabeça no ombro do meu  talvez suposto salvador.

domingo, 29 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 5


Essas feridas parecem não cicatrizar
Essa dor é tão real
Existem muitas coisas que o tempo não pode apagar -My immortal 

Girei a maçaneta devagar, a casa e estava vazia e parecia ainda mais fria do que a rua. Subi as escadas correndo e caminhei rapidamente pelo longo e escuro corredor.
Tinha um pressentimento ruim, com uma voz dentro de mim que gritava com todas suas forças ´AS COISAS VÃO SAIR DO CONTROLE ´´ .Varri aquele pensamento para longe ,estava nervosa e assustada nada mais .
Despi as roupas encharcadas e caminhei em direção ao pequeno banheiro. Suspirei fundo quando a água morna começou a cair sobre o meu corpo. Mais uma vez o beijo de Bill passou pela minha cabeça, escorreguei os dedos pelos meus lábios tentando reviver nem que por mais um segundo a sensação que tinha sentido quando senti sua boca tocar a minha .
Apressei-me em me vestir, ou quase isso. Coloquei uma antiga camiseta que tinha pelo menos o dobro do meu tamanho e me joguei sobre a cama. Os meus cabelos molharam o travesseiro e por alguns segundo desviei minha atenção para observa-los. Eram negros e caiam ate abaixo da minha cintura em uma longa cascata de cachos, eu definitivamente não me parecia com uma alemã e nem poderia. Tinha sangue brasileiro, tinha nascido em uma pequena e insolada cidade no Rio Grande do Sul, cidade natal do meu pai.
Estava quase adormecendo quando meu celular tocou e me trousse de volta a consciência. Estiquei a mão para pega-lo e olhar que estava me ligando. Milena.

–Alô?-Disse em um quase sussurro.

–Por que não veio na aula? Fiquei preocupada.

–Perdi o ônibus.

–O novato também não veio... -Eu quase podia ver o sorriso malicioso nos lábios de Mi ao falar aquilo.

–Eu o encontrei...

–EU SABIA!

–Não é nada disso que você está pensando... Foi por acaso. Bill me beijou. –Ouvi gargalhadas exageradas do outro lado da linha. Arrependi-me profundamente de ter dito aquilo. –MILENA! Eu...

–Você gostou, não foi?
–NÃO!
–Ah, por favor, não vá me dizer que não gostou por causa de Peter. Não diga que ama aquele traste.

–Não amo... Posso ligar depois?

–É claro que não... -Antes que Milena começasse a argumentar desliguei o celular e voltei para meus devaneios.
Acordei horas depois com um estrondo vindo da cozinha. Levantei assustada e sair correndo em direção ao lugar de onde vinha o barulho, desci as escadas com pressa e prendi a respiração ao ver que tinha acabado de acontecer.

Meu avô estava caído no chão frio, sua expressão era vazia e seus olhos distantes. Ajoelhei-me ao seu lado e implorei em silencio para que ele acordasse.

–Por favor... Por favor, não faz isso comigo, vô. -As lágrimas rolaram sem controle pela minha face. Ele não respirava, não respirava.
A porta se abriu e minha avó entrou carregando algumas sacolas de compras. Foi questão de segundos ate as sacolas estarem jogadas no chão e ela está ajoelhada ao meu lado.

–VAI PEDIR AJUDA ,ÂNGELA! –Ela disse enquanto dava pequenos socos no tórax de meu avô e implorava que ele acordasse.
Caminhei desnorteada ate o telefone e disquei o número da ambulância. Alguns segundos depois a casa foi rodeada de médios, policiais e viaturas com sirenes que começavam a me enlouquecer com seu barulho.

–Parece um típico caso de envenenamento. -Um policial alto de olhos e cabelos claros disse apontando para o que restara de um copo de vidro.
Imediatamente a visita de Peter no dia anterior veio na minha mente. Se ele tina feito aquilo tinha acabado de arranjar problemas, não devia ter mexido com uma garota como eu .Podia não ser mal ,mas sabia muito bem como me vingar .
Naquele momento era como se eu tivesse uma segunda personalidade ou outra pessoa pensando por mim. Uma pessoa mais forte e sem nenhum medo de vingar a morte do homem jogado no chão daquela cozinha.

sábado, 28 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 4


E mundo todo pode ir pro inferno
por aquilo que eu importo esta noite
Posso sentir que o fim está próximo
e tudo aquilo que vem de mim eu temo -Final Day 

Acordei com o barulho das pequenas gotas de água batendo contra a minha janela. Já passava das seis da manhã, mas o dia lá fora ainda era escuro.

Apressei-me em me arrumar e desci correndo as velhas escadas ate a cozinha. Minha vó já estava de pé e me recebeu com um largo sorriso.

-Bom dia, anjo. -Ela disse me dando um beijo no rosto.

-Bom dia,vó .

-Não vai tomar café?-Perguntou quando alcancei a porta.

-Não. Já estou atrasada.

Sai porta a fora antes que ela pudesse fazer qualquer protesto sobre como eu estava magra ou como eu desmaiaria na escola se passasse o dia sem comer. Esperei durante pelo menos  meia hora o ônibus escolar ,mas ele não veio .

Caminhava sozinha e completamente molhada quando ouvi meu nome ao longe. Virei-me de vagar e observei enquanto Bill corria na minha direção.

-Também perdeu o ônibus?-Ele perguntou sorrindo e jogando os cabelos encharcados para o lado.

-Na verdade ele não passou. –Respondi forçando um sorriso. A verdade era que a presença de Bill me deixa nervosa e completamente sem jeito.

-Fiquei preocupado com você ontem. Parecia assustada.

-Eu estou bem. –Disse desviando o olhar para minha blusa que estava completamente grudada ao corpo e quase transparente. Observei quando Bill desviou o olhar na mesma direção.

-Se parece com uma ninfa... -Ele disse em um quase sussurro.

-O que disse?

-Isso vai dar uma merda da porra, mas eu não me importo. -Antes que pudesse falar qualquer coisa Bill me puxou pela cintura e pousou suavemente seus lábios nos meus. Aos poucos abri minha boca e deixei que ele explorasse cada canto com a sua língua.

-Bill... - O encarei assustada, não por ele ter me beijado, mas por eu ter gostado.

-Desculpe. Não vai acontecer de novo. Isso é absolutamente contra qualquer coisa que eu vim fazer aqui. Eu... Eu não posso gostar de você. Não posso me aproximar, mas simplesmente não consigo ficar longe.

Observei sem reação enquanto Bill caminhava para longe ate desaparecer na névoa. Passei a língua sobre meus lábios como se procurasse algum vestígio do que acabará de acontecer.

Definitivamente não vou para a escola, pensei jogando a mochila sobre as costas e caminhando de volta para casa.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 3


Tenho esperado aqui por muito tempo
Mas agora o momento parece haver chegado
Eu vejo as nuvens negras se aproximando outra vez -Monsoon 

Observei enquanto Bill desaparecia através da nevoa. Dei um ultimo suspiro de liberdade antes e entrar em casa. Meus avós não estavam e eu sabia, mas a verdade era que nunca me sentia sozinha naquela casa. Era como se  sempre tivesse alguém me observando.

No começo essa presença fantasmagórica era consoladora e às vezes ate acolhedora. Acreditava que eram os espíritos dos meus pais me protegendo, mas de uns anos pra cá isso começou a me assustar  .A verdade era que eu não acreditava em nada dessas coisas ,mas mesmo assim tinha medo .

Subi correndo as escadas, joguei a mochila me cima da cama e liguei o computador. Tinha pelo menos dez mensagens de Milena, do tipo ´Gostou do novato ,ne ? ´´ ´´Vai dar uns pega nele? ´´. Depravada como sempre, pensei antes de me jogar na cama e adormecer.

Acordei algumas horas depois com o som de passos nas escadas. As velhas tabuas rangiam a cada passo .Passos que pareciam cada vez mais próximos do meu quarto .Estiquei a mão ate alcançar o pequeno despertador .Seis da tarde .Ainda era cedo para os meus avós estarem em casa .

-Vó?Vô?São vocês? –Perguntei me levantado da cama e caminhando ate a porta. A abri com cuidado, caminhei pelo longo e escuro corredor ate alcançar  as escadas .Não tinha ninguém .Pelo menos foi o que pensei .

Senti o calor da respiração de alguém na minha nuca, virei-me de vagar e me assustei ao ver Peter ali. Ele me encarava como se estivesse pronto para me matar.

-O-O que você tá fazendo aqui? –Xinguei-me em pensamento por não conseguir falar sem gaguejar .

-Te vi voltando da escola com ele.

-E daí?

-DAÍ QUE EU DISSE PARA VOCÊ NÃO SE APRÓXIMAR DELE! –Estremeci quando Peter envolve seu braço pelos meus ombros. -Meu bem, estou te avisando pela ultima vez. Se não se afastar dele as consequências serão muito prejudiciais para você.

-Ele é só um amigo... Talvez nem isso. Nem o conheço.

-Não é só a ele que você não conhecer. Se chegar perto daquele cara outra vez quem vai sofrer as consequências são os seus avós.

Peter tinha deixado de lado o tom casual e dado lugar a um tom de voz sombrio e ameaçador. Antes que pudesse dizer qualquer coisa ele me deu as costas e começou a descer calmamente as escadas.

Meu coração ainda batia descontroladamente quanto decidi que precisava sair um pouco para me acalmar. Vesti o casaco depressa e sai porta a fora. O vento frio batia contra o meu rosto me fazendo tremer e apertar os braços em volta do corpo. Olhei o céu, algumas nuvens negras se aproximavam e uma tempestade com certeza estava a caminho.

Parei na pequena e antiga praça rodeada de antigos carvalhos que ficava do lado da capela da cidade. O lugar parecia ter saído direto de algum conto de terror. A verdade era que eu quase nunca ia ali, igreja não era bem minha praia, nunca me senti  confortável perto de uma .

Sentei-me em um pequeno banco de madeira pitado de braço e fiquei ali, apenas observando as poucas pessoas que passavam apressadas e as nuvens que faziam uma espécie de dança sombria no céu.

Devia estar ali há horas, quando senti o calor de uma mão envolvendo o meu ombro .Virei-me assustada e dei de cara com Bill .

-Posso sentar?-Ele perguntou com um sorriso.

-Claro. –Naquele momento as palavras de Peter passaram pela minha cabeça e tudo que eu queria era inventar uma desculpa para me levantar dali e ir embora.

-Você está bem? Esteve chorando de novo?

-N-não... Eu preciso ir embora. Tenho... Tenho lição de casa.

Apressei-me em sair o mais rápido que pude sem olhar para trás, mas ainda podia sentir o calor da mão de Bill no meu ombro durante todo o caminho de volta para casa.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 2


Posso te guiar até sua casa?
Posso invadir a sua vida?
Você pode consertar minha alma?
Você pode partir meu coração essa noite? -Down on you 


Caminhei apressada pelo colégio, o segundo sinal já havia soado e eu estava mais do que atrasada. Era impressionante como tudo naquele lugar parecia velho, como se tudo ali tivesse mais de duzentos anos.

Bati duas vezes na porta de carvalho envelhecido antes de ser atendida por uma senhora de cabelos grisalhos.  
-Para variar a senhorita chegou atrasada. –A senhora Wesmor disse me puxando para dentro da sala de aula. -O ano acaba de começar e você já está chagando atrasada, Ângela .

-Também senti saudades. -Disse em um tom irônico.

Assustei-me quando uma mão envolveu meu pulso enquanto eu caminhava em direção ao fundo da sala. Surpreendi-me ao me virar e dar de cara com Bill. Sua mão ainda estava em volta do meu pulso e emanava um calor assustador, mas apesar disso ele tinha um sorriso gentil no rosto.

-Pode sentar-se comigo... Se quiser. –Seu sorriso era convidativo e incrivelmente doce, mas existia alguma coisa oculta naqueles olhos castanhos.

-Claro.

A aula passou incrivelmente rápida. Talvez por que eu tivesse gastado todas àquelas horas observando enquanto Bill copiava atentamente o conteúdo no quadro. Observei seu rosto tão atentamente que o conhecia melhor que o meu próprio.

-Acho que te vejo amanha. -Bill disse caminhando ao meu lado logo depois que o ultimo sinal tinha soado.

-Acho que sim.

Parei por um instante e observei Peter surgir entre os alunos que caminhavam apressados ate a porta de saída do velho colégio. Sua face era dura e seus punhos estavam cerados.

-Essa é minha deixa para ir embora. -Bill disse jogando a mochila nas costas e caminhando para longe de mim. Quando ele e Peter passaram um pelo o outro eu quase podia vez faíscas voando de seus olhos. Era quase como se conhecessem.

-Que você estava fazendo com aquele cara? –Peter perguntou agarrando com força o meu braço e me fazendo gemer com a dor.

-Vai fazer ceninha de ciúmes agora? Ele é um amigo, só isso.

-Não te quero perto dele. E isso não é um pedido, Ângela. É uma ordem.

-VOCÊ NÃO É O MEU PAI! –Os lábios de Peter se contorceram em um sorriso sombrio e quase assustador ao ouvir aquelas palavras. –Por que você está sorrindo?

-Por que você é uma completa idiota. Te vejo amanhã ...Meu bem .-Havia um tom irônico naquela frase que fez meu sangue ferver .Senti vontade de corre ate ele e acerte-lo com um belo soco e tirar a força o sorriso daqueles lábios .

-EU NÃO VOU FICAR LONGE DE BILL!

-Veremos se não vai... Veremos.

Caminhava sozinha quando uma moto preta freou na minha frente. Dei dois passos para trás, enquanto o motoqueiro tirava o capacete.

-Quer uma carona?-Bill perguntou com um sorriso no rosto. -Espera ai... Você está chorando?
-Não... É só uma alergia. -Me apressei em limpar as lágrimas que insistiam em rolar sem controle pelo meu rosto.

-Você brigou com o seu namorado por minha causa?

-Peter é um idiota.

Observei os músculos do rosto de Bill se contorcerem em uma careta de desagrado ao ouvir aquele nome.

-Vamos, suba na moto. Te levo para casa .

Coloquei o capacete com dificuldade e com ainda mais dificuldade subi na moto. À medida que Bill acelerava eu escorregava para mais próximo dele, até pressionar com força minhas coxas nas suas. Torcia realmente para que só eu estivesse percebendo aquilo. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 1


Você não que se ver voando na luz da escuridão?
Exponha seu dom e todas as coisas ficarão mais fáceis
Perante de seus olhos -Tokio Hotel 

A luz da manhã batia no meu rosto me trazendo lentamente a consciência .Escorreguei a mão pelo criado mudo ate alcançar o pequeno despertador .Seis horas da manhã .Me vesti apressada para começar um dia que parecia sem fim .

O primeiro dia de aula parecia estranhamente animador para todo mundo ,menos para mim .A ideia  de passar algumas horas trancada com pessoas que eu realmente não suportava não era nada amimadora .Meu único motivo para estar feliz ? Era o ultimo ano .


Desci as escadas correndo e me deparei com a cena costumeira de sempre .Minha vó estava em pé em frete ao fogão ,terminado de preparar o que parecia ser o meu café e meu avó como sempre estava escondido atrás de um jornal .


Morava com eles desde que me lembro .Meus pais tinha morrido quando eu tinha um ano e a parti dai me mudei para a Alemanha .Meus avos evitavam falar sobre o assassinato dos meus pais ,para eles não era um assunto fácil ,então eu evitava fazer perguntas .


Tomei o café apressada e sai porta a fora em direção ao ponto de ônibus .Uma fina garoa caía seguida por uma nevoa tão espessa que quase podia ser tocada ,era uma manhã comum na pequena cidade onde eu vivia . Clima lá era sempre frio e chuvoso .


Alguns minutos depois o ônibus escolar parou ,me apressei em entra pois já começa a ficar molhada .Caminhei entre os bancos ate encontra um rosto familiar.Peter .Ele estava sentado em um dos últimos bancos e guardava um lugar para mim ao seu lado .


-Sentiu minha falta ?-Ele perguntou me puxando para um beijo . Namorávamos á alguns meses e eu sabia muito pouco ao seu respeito .Peter parecia ficar repentinamente irritado toda vez que eu fazia perguntas sobre a sua vida .O pouco que eu sabia sobre ele  era que ele era órfã e vivia em uma velha casa que ganhara de herança  no arredores da cidade .


Quando paramos na entrada do antigo colégio fui recebida por Milena que falava aos gritos enquanto me dava um abraço .Ela era minha prima e acima de tudo   minha amiga desde que me lembro ,uma das poucas que eu tinha na verdade .


-VOCÊ JÁ VIU O NOVATO ?-Ela perguntou enquanto lançava um olhar desafiador para Peter .-Talvez você  goste dele e largue de uma vez por todas  essa criatura .


-Mi...


-Te vejo mais tarde ,meu bem .A presença de algumas pessoas me dão vontade de vomitar .-Peter disse se afastando .


-DIGO O MESMO ! 


-Mi,já pedi para você parar com essas brigas .


-Ah ,vamos !Diga que isso não tonar seus dias mais divertidos !


-Só um pouquinho .


Milena me puxou em direção ao um garoto alto parado perto da cantina .Tinha os cabelos negros  e arrepiados de uma forma desgrenhada que lembrava uma juba de um leão .Estava totalmente vestido de preto e parecia estranhamente ameaçador .


-Oi !-Mi disse dando um tapinha no ombro do garoto .


-Olá . -Sua voz era suave como uma canção de ninar .


-Viemos te dar as boas vindas .Sou Milena e essa é minha amiga Ângela .


Me senti quase hipnotizada  pelo olhos castanhos daquele rapaz .Era como se estivesse caindo de um precipício .Seus olhos eram assustados ,vagos ,frios e ainda sim encantadores como os de uma criança .


-Olá ,Ângela .Sou Bill .-Minhas pernas mal podiam sustentar o peso do meu corpo enquanto eu estremecia sobre o olhar de Bill .


-Ela é tímida .-Milena disse com um sorriso malicioso enquanto me puxava em direção á salas de aula .-NOS VEMOS DEPOIS ,BILL !

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Quando nada mais importa -Capitulo 18




Nas horas de luto e sofrimento eu vou abraçar e embalar você, e farei da sua tristeza a minha tristeza. Quando você chorar, eu vou chorar, e quando você sofrer, eu vou sofrer. E juntos tentaremos estancar a maré de lágrimas e desespero e juntos vamos superar os obstáculos das esburacadas ruas da vida.

Diário de Uma Paixão 


Quando o carro estacionou na frente da mansão Kaulitz Bill apertou minha mão com força e me lançou um olhar que no fundo queria dizer ´´Está pronta ?´´

-É agora ou nunca !-Eu disse com um sorriso forçado no rosto enquanto ele descia e dava a volta para abrir a porta para mim .

Tom saiu correndo da casa ,parecia cansado como se não dormisse a dias .

-ONDE VOCÊ  ESTAVA,SEU GRANDE FILHO DA PUTA ? ACHA QUE PODE DESAPARECER E ME DEIXAR AQUI COMO UM LOUCO SEM NOTÍCIAS SUAS ?EU ACHEI QUE PUDESSE ESTAR MORTO OU SEI LÁ ! -Ele deu um ultimo urro de fúria antes de acerta um gancho de direita bem no queixo de Bill .

Desci do carro com o coração aos pulos e quando Tom me lançou um olhar penetrante me senti completamente desnorteada .

-O que você está fazendo aqui ? -Ele perguntou evitando me olhar nos olhos .

-Ela esta comigo .-Bill se levantou segurando o queixo .

-Olha que lindo !Os dois traidores juntos ! Como devo lhe chamar ?Cunhadinha ? -Havia um tom de ironia nessa frase que fez meu sangue ferver . 

-Traidores ?Nós ?Tenho certeza que não somos os únicos !-Era a primeira vez que eu enfrentava Tom e isso fazia me sentir estranhamente bem .Lá no fundo ,bem lá no fundo eu sabia que ele nunca seria fiel a uma mulher e sabia acima de tudo que durante todo o tempo que estivemos juntos Luana não tinha sido a primeira a ser levada pra a cama pelo Senhor Kaulitz.-QUER MESMO SABER Q VERDADE ,SENHOR DONO DA RAZÃO ?EU NÃO ME SINTO CULPADA ,ESTOU FELIZ COM SEU IRMÃO ,POR QUE SINTO POR ELE O QUE NUNCA SENTI POR VOCÊ .Amor .

As semana se seguiram difíceis ,ao poucos a relação entre os gêmeos voltava ao normal ,isso era de se esperar .E quanto a mim ?Continuava na mesma situação ,amando loucamente Bill e em pé de guerra com Tom ,isso também era de se esperar .

2 anos depois .

-Está pronta ?-Tom perguntou estacionando o carro na entrada da igreja .

-Nunca estive tão pronta em toda a minha vida .

-Cuida bem do meu irmãozinho .

-Vou cuidar .


Poderia acabar a história aqui e dizer que fomos felizes para sempre ,mas minha intenção nunca foi enganar aqueles que leram tão atentamente a minha história torta .Vou dizer apenas que fomos felizes e seremos ate o dia em que o amor acabar .

Quanto a Tom e Luana ? Digo mesmo sobre eles .








segunda-feira, 16 de julho de 2012

Quando nada mais importa -Capitulo 17


Lá fora começa a clarear porém, a noite não tem fim
Qualquer mão cobre seu rosto
Todo tempo ela sofre ela está completamente sozinha
Até que na ultima noite
Seus olhos não choraram mais -Tokio Hotel

-Tenho que ir trabalhar .-Disse sorrindo para Bill .

-Fica aqui ...Comigo ..Por favor . -Sua voz era baixa ,quase um sussurro ,mas ainda sim era o suficiente para me fazer sentir vontade de ficar ali deitada do seu lado pelo resto da vida .

-O que vamos fazer agora ? -Perguntei tentando manter o sorriso no rosto ,mas tinha certeza que não seria nada fácil ter um relacionamento com Bill .

-Bom, eu vou no hotel buscar minha mala e você vai arrumar a sua .

-O que ?Do que você ta falando ?

-To falando que você vai voltar comigo para Los Angeles .Eu só vim aqui te buscar .

-Bill ,as coisas não são tão fácies ...-Tentei explicar eivão .Ele se levantou e começou a se vestir ,ignorando tudo o que dizia .

-Eu volto em duas horas .É pegar ou larga ,Núbia .Prometi para mim mesmo que se você não fosse comigo eu ia seguir em frente sem você .É a nossa ultima chance de ser feliz ,anjo .

Bill me deu um beijo rápido e bateu a porta ao passar .Me deixei cair sobre a cama desarrumada .Minha cabeça girava e simplesmente não conseguia raciocinar  .Eu queria voltar com Bill ,mas simplesmente não sabia se estava pronta para encarar Tom frente a frente .

Antes que qualquer pensamento lógico me fizesse desistir ,levantei-me e comecei a me vestir apressadamente .Logo em seguida puxei   uma grande mala de rodinhas até o meio do quarto e soquei todas as a minhas roupas lá dentro .Se essa era a minha ultima chance de ser feliz ao lado de quem eu amava não abriria mão disso .

Andava de um lado para o outro quando a campainha tocou .Bill estava parado em frente a porta ,tinha um cigarro nos lábios e um pequena mala aos seus pés .

-Esta pronta ?-Ele perguntou com um sorriso .

-A-acho que sim ... 

-Não se preocupe .Nós vamos ser muito felizes ...Um dia .

Enquanto  a pequena aeronave levantava voou senti que não voltaria mais a aquele pais ,pela primeira vez me senti dando adeus a minha casa e mergulhando no desconhecido .
Bill apertou minha mão com força antes de aterrissarmos no aeroporto de Los Angeles .Todo o caminho ate a mansão Kaulitz parecia curto de mais  ,era angustiante imaginar que teria de encarar Tom em alguns minutos .

domingo, 15 de julho de 2012

Quando nada mais importa -Capitulo 16


Parei aqui num lugar qualquer
Não consigo mais dizer quem sou
Perdi a memória
As fotos já não fazem nenhum sentido
Me traga de volta, me leve para casa 
Eu não consigo ficar aqui só -Tokio Hotel 

Quando entrei no pequeno apartamento me senti voltando ao passado ,um passado onde minha vida era calma e sem grandes emoções .Ao contrário do que aconteci agora ,meu coração parecia sangrar ,meus pensamentos ainda estavam em Los Angeles e em Bill .Como ele conseguiria viver agora ao lado de Tom sem se matarem ?

Larguei as malas ao lado da porta e caminhei ate a janela ,observei o trânsito lá em baixo e as pessoas que passavam apressadas .O cheiro de mofo invadia o comodo devido ao longo tempo que tinha passado fechado .Eu realmente não esperava ter que voltar ali .

Despi as roupas e fui ate o pequeno banheiro .Sentir a água quente correndo pelo meu corpo era quase reconfortante .Quase .Era assustador ficar sozinha naquele apartamento ,como se tudo que eu tivesse vivido no ultimo ano não passasse de um sonho ou um mero desvaneio .Era ainda mais assustador imaginar que Bill estava sozinho agora e que talvez Tom nunca me perdoasse.

As semanas seguintes se passaram lentamente e cansativamente .Minha rotina tinha se reduzido a trabalhar meio período na minha clinica veterinária no centro na cidade  e passar o restante do dia  jogada no sofá vendo TV .

Acordei naquela manhã com o barulho dos carros na avenida lá em baixo .Me ´´arrastei´´ ate o pequeno banheiro ,despi a roupa e entrei em baixo da ducha morna .Estava perdida em meus pensamentos quando ouvi o som da campainha . Enrolei-me em uma toalha branca que costumava ficar jogada em cima do cesto de roupas e caminhei apressada ate a porta .

Abri um um pouco a porta ,só o suficiente para ver quem estava no lado de fora .Não pude acreditar no que via .Bill estava parado junto a porta ,tinha os cabelos despenteados e um cigarro na mão .

-Não vai me convidar para entrar ?-Ele perguntou sorrindo .

-Não...Não to vestida .

-Ah,por favor ,Núbia .Não tem nada ai que nunca tenha visto .Me deixa entrar ...Ou eu vou fazer isso a força . -Dei dois passos para trás e observei enquanto Bill entrava e fechava a porta a suas costas .-Senti saudades .-Ele disse me puxando para um longo e apertado abraço .

-O que você esta fazendo aqui ?-Perguntei retribuindo o abraço ao mesmo tempo em que tentava manter a toalha sobre o meu corpo .

-Eu disse que vinha te ver .Não sentiu minha falta ?

-Você sabe que sim .

Bill sorriu e se afastou .Meu coração acelerava enquanto ele percorria o olhar pelo meu corpo .

-Acho que interrompi ao alguma coisa .-Disse com uma alta gargalhada .

-Não tem graça .Vou me vestir .

Caminhei apressada ate o quarto e encostei a porta ao passar .Deixei que a toalha escorregasse pelo meu corpo enquanto procurava apressada alguma roupa .

-Adoro te ver assim .-Bill disse recostado na parede do comodo .

-QUE PORRA ,BILL ! EU ESTOU ME VESTIDO !

-Isso eu percebi .

Ele caminhou ate onde eu estava parada e passou suas mãos em volta da minha cintura me puxando para mais perto .Era tão bom sentir o seu calor mais uma vez .

-Isso não parece mais tão errado ,não é mesmo ,anjo ?

-Bill ...

-Você não resistiu a primeira vez e não vai resistir agora .

-Por que você faz isso ?

-Será que você não percebe ?-Ele disse enquanto dava uma pequena mordida no lóbulo da minha orelha ,fazendo meu corpo todo se arrepiar .

-Percebo o que ?

-Eu vou ter mesmo que falar aquelas palavras ? Tudo bem ,la vamos nós .Eu faço isso por que te amo ,Núbia .No começo era diferente ,mas agora eu simplesmente não consigo ficar longe de você .

Senti meu corpo ficar muito pesado para ser sustentado pelas minhas pernas ,envolvi o pescoço de Bill com ainda mais força e descansei a cabeça em seu ombro .

-No começo ...-Ele continuou . -Eu me aproximei de você por vingança .

-Vingança ?

-Sim .Tom nunca foi um santo e eu sempre soube disso ,mas quando eu o vim beijando Luana ...Eu fiquei fora de mim e quando te beijei naquela manhã e te machuquei a intensão era mostrar para ele que eu também podia trair ,que também podia magoar .Mas eu me apaixonei ,eu tentei me afastar de você ,mas as coisas saíram do controle .

-Por que simplesmente não terminou com Luana e me contou tudo isso antes ?

-Não sei .Acho que por que estava cansado de ver que Tom poderia ter qualquer mulher que quisesse ...Ate a minha .

-Ele está com ela agora ?

-Não sei ,Tom não me conta mais nada e também não me importo .Eu quero você .Tudo o que tem de fazer ,anjo é dizer sim .

-Vou fazer melhor .Vou dizer uma coisa que devia ter dito logo quando acordei naquele hospital e te vi do meu lado ...Eu te amo ,não devia ,mas amo .

Bill me lanço um ultimo olhar antes de me beijar como se fosse o ultimo beijo de sua vida .Sentir o gosto de sua boca na minha e o toque da sua mão pelo meu corpo era tudo que eu precisava para senti que ainda estava viva ou que aquilo não passava de mais um sonho .


Observei enquanto ele se afastava despia suas roupas e me lançava um um olhar malicioso antes de me fazer deitar na cama. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Quando nada mais importa -Capitulo 15

Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.
Martha Medeiros.

As semana se arrastaram como anos ,o tempo parecia simplesmente não passar enquanto eu mofava naquela cama de hospital .
O dia era frio e escuro ,mas Bill parecia estranhamente animado quando entrou no meu quarto no final daquela manhã .

-Advinha !.-Ele disse com um sorriso no rosto .-O médico disse que você já está bem ,acabei de assinar sua alta .

-Finalmente .-Disse puxando Bill pela jaqueta de coro de dando um longo e apertado abraço nele .Meu toque parecia estremece-lo ,de repente todos os músculos de seu corpo  estavam rígidos . -Você está bem ?-Perguntei me afastando e o olhando nos olhos .

-Você me deixa nervoso .

Esperei ate que Tom tivesse fora de casa .Observei a mansão Kaulitz pela ultima vez através do vidro escuro da janela do carro de Bill  .

-Vou senti saudades .-Ele disse enquanto trazia minhas malas para o carro .


-Eu também .Você acabou se tornando o bom amigo .

-Amigo ... -Ele repetiu em voz baixa enquanto se acomodava no bando do motorista .-Não quer ver Tom pela ultima vez ?Podemos espera-lo ...

-Não .Tudo que eu tinha com Tom acabou aqui .Por mais que doa ,por mais que eu sofra ,está na hora de seguir em frente .Talvez um dia eu encontre alguém que me ame ...

Seguir todo o restante do caminho ate o aeroporto em silêncio ,não conseguia acreditar que estava partindo ,mas por algum motivo não me senti mal por partir e nunca mais ver Tom ,me senti mal por não ter mais Bill .Isso era perturbador .Ele tinha ficado próximo de mim durante todo tempo em que estive no hospital ,me mostrou o verdadeiro homem que era e que eu nunca tinha conhecido durante os quase dois anos que estive ao lado do seu irmão .

-Vai me visitar de vez em quando ? -Perguntei afundado a cabeça no peito de Bill pouco antes de entrar no avião .

-Você sabe que sim,anjo .-Ele disse me puxando para mais perto e apertando seu corpo contra o meu .-Eu nunca quis machuca-la .

As lágrimas rolaram sem controle pelo meu rosto quando  o vi virar as costas e caminhar ate sumir em meio a multidão.
Procurei atentamente minha poltrona no avião e quando a encontrei me afundei nela como uma criança assustada que corre para os braços da mãe .
A lá em baixo a cidade de Los Angeles diminuía ate sumir abaixo  das nuvens e em algum lugar daquela cidade Bill dirigia triste pelas frias e escuras ruas da cidade das estrelas .

domingo, 8 de julho de 2012

Quando nada mais importa -Capitulo 14

Vontade de pedir silencio. porque não seria necessária mais nenhuma palavra um segundo antes ou depois de dizerem ao mesmo tempo:
- quero ficar com você. -Caio F. Abreu 



Ainda sentia como se tivesse capotando naquele carro ,minha cabeça girava e cada osso do meu corpo parecia quebrado .Abri os olhos lentamente ,as luzes me deixaram sega por alguns segundos ,olhei ao redor Bill estava sentado ao lado da minha cama e parecia feliz de finalmente me ver acorda .

-Você está se sentindo bem ?-Ele perguntou pegando a minha mão e dando um beijo .-Acho melhor chamar o médico .

-Não...Eu to bem,fica aqui comigo  .O que aconteceu ?

-Bom,você deve se lembrar do acidente .

-Claro que lembro .Nunca tive tanto medo em toda minha vida .

-Ta tudo bem agora .

-Bill...Nosso filho ...Diz que ta tudo bem com ele !

Ele não me respondem apenas encarou o piso por alguns segundos ,vi quando uma lágrimas insistiu em escorrer pelo seu rosto e Bill a limpo rapidamente.

-Sinto muito .-Ele disse finalmente .

As lágrimas escorreram pelo meu rosto sem controle ,pela primeira vez desejei mais do que tudo que fosse apenas uma brincadeira ,uma brincadeira de mal gosto  .Esperei a risada de Bill,mas ela não veio e não viria nunca .

-Quando chegamos no hospital você já tinha perdido o bebê ,o médico disse que muito provavelmente tenha batido a barriga contra alguma coisa ,talvez o volante .

-É tudo culpa minha ,eu devia ter me controlado ,devia ter pensado no meu filho .

-E eu devia ter te impedido,sou tão culpado quanto você .Talvez até mais .

Desviei o olhar do rosto de Bill por alguns segundo .Tom estava parado na entrada e segurava a porta ,parecia cansado como se não dormisse a dias  .

-Você já contou pra ela ? -Ele disse quando viu que eu estava chorando .Bill não disse nada ,apenas fez sinal positivo com a cabeça .

Queria que Tom me abraçasse como costumava fazer nas noites frias ,mas ele não o fez .Em vez disso me lançou apenas um olhar de piedade .Aquele homem parado a minha frente não se parecia em nada com o Tom por quem eu tinha me apaixonado ,estava diferente ...Mais duro ,menos sensível ,não aprecia abalado com a perda do bebê ,mesmo que não fosse seu filho ainda era seu sobrinho .

-Acho melhor eu deixar vocês sozinhos .-Tom disse finalmente e antes de bater a porta a suas costas me lançou e ultimo olhar .-Eu sinto muito .-Disse e partiu sem olhar para trás .

-Desculpe meu irmão .Ele ainda não conseguiu superar tudo o que aconteceu .-Bill disse  apertando minha mão de forma afetuosa .-Estou feliz que tenha acordado .Estava tão preocupado ...

-Parece que eu só causo problemas ...

Ele levantou-se e se aproximou lentamente de mim .Era bom te-lo por perto ,sentir sua respiração tão próxima ,seu cheiro me embriagando .

-Não me arrependo de nada .-Bill disse pouco antes de tocar levemente meu lábios .Sentir novamente o gosto de seu lábios na minha boca era a prova que eu precisava para admitir que ainda estava viva .Pela primeira vez não senti culpa ao beijar Bill .

Infelizmente quando aquele momento acabou tive que me deparar com a realidade novamente ,a dor da perda ainda me matava por dentro e fato de mais cedo ou mais tarde ter de enfrentar Tom me fazia estremecer .

-Quanto tempo acha que vou ter que ficar nesse hospital ?-Perguntei .

-Uma ou duas semana ,talvez .Por que ?-Bill perguntou curioso .

-Vou arrumar minhas coisas e voltar para o Brasil .Preciso da minha casa .

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Quando nada mais importa -Capitulo 13



Tinha dúvidas, procurei respostas, achei confusões. Meu defeito é que eu sempre começo de trás para frente. Primeiro sempre acho confusão, depois as respostas. E novamente vem as dúvidas, que me levam às confusões, e tudo fica fora de ordem.
.Repugnado.


Os mês se arrastaram como anos e aquela criança na minha barriga parecia crescer junto com a minha culpa .Junto com uma dor que me matava por dentro ,mas por fora eu estava inteira ,estava bem ,estava viva .Ninguém nunca desconfiaria da guerra que era travada dentro do meu coração .




Cada palavra que Bill me dirigia era como uma faca que atravessava meu peito .Talvez no fundo ,bem lá no fundo eu soubesse que ele tinha razão ,aquele filho não poderia ser de outra pessoa se não dele .Mas a simples ideia de fazer Tom sofre ,de perde-lo para sempre me parecia ainda pior .


-Núbia,admita !Não tem como negar !-Bill disse me puxando pelo braço .-Qualquer idiota que saiba contar saberia que esse filho foi gerado enquanto Tom viajava .Só ele não ver isso .Eu sei e você também que esse filho é meu .Tem que ser meu !

-Por que ?-Perguntei puxando com força meu braço e me livrando dos dedos de Bill .
Caminhei ate a entrada para me certificar mais um vez de que Tom não estava chegando .Ele tinha ido ate o estúdio buscar o celular que havia esquecido ,mas não demoraria a voltar . -Anda ,Bill .Me responda !Por que esse filho tem que ser seu ?

-Por que é a verdade !

Bill baixou o olhar e se afastou de mim .Eu sabia que tinha mais alguma coisa ,mas realmente isso não me interessava .

-Bill...-Disse pegando em sua mão e o puxando de volta .-As coisas não são tão fácies ...

-APENAS ADMITA QUE ESSE FILHO É MEU !MEU !PARE DE ENGANAR TOM !

Ouvir a porta da sala bater as minhas costas e mal pude acreditar no que vi quando me virei .Tom estava parado na entrada da casa ,tinha os punhos cerados e as lágrimas começavam a brotar em seus olhos .

-Tom...-Tentei começar ,mas fui impedida por Bill que me puxou para trás .

-Como você pode ?-Seu olhar evitava encontrar o meu ,estava sempre olhando para o assoalho que estava altura começava a ficar marcado de pequenas gotas .

-Tom,eu não ...

-CALA A BOCA !NÃO FALA COMIGO NUNCA MAIS !EU TE AMEI DE TODAS AS FORMAS POSSÍVEIS !EU IA TE DAR MEU NOME ,IA CONSTRUIR UMA FAMÍLIA AO SEU LADO E NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE VOCÊ FOI PARA A CAMA COM O MEU IRMÃO !VOCÊ É UMA VADIA COMO TODAS AS OUTRAS .NÃO,VOCÊ É PIOR ,VOCÊ ME FEZ TE AMAR !

As lágrimas rolavam sem controle pelo meu rosto ,as palavras de Tom me atravessavam como tiros .
Bill estava imóvel ao meu lado ,parecia tão assustado quanto eu ou talvez ainda mais .Sua cor sumiu totalmente quando viu a porta se abri atrás de Tom e Luana entrar .

-O que tá acontecendo aqui ?-Ela perguntou olhando para o ser pálido e gelado ao meu lado .

-Luana...Por favor ,me escuta .

-ESCUTAR O QUE ,BILL ?QUE VOCÊ ENGRAVIDOU SUA CUNHADA ?

-Como é que é ? EU VOU MATAR ESSA DESGRAÇADA ! -Luana correu em minha direção ,mas antes que pudesse me alcançar Bill a segurou pela cintura e a levantou alguns centímetros do chão .-ME COLOCA NO CHÃO ,SEU GRANDE   FILHO DA PUTA !

Minhas pernas tremiam ,as lágrimas no meu rosto caiam se controle e quando meu olhar encontrou o de Tom senti como se tivesse morta .Não pensei duas vezes as chaves do Audi de Tom estavam jogadas no chão ,as peguei antes que ele pudesse impedir e corri em direção a porta .
Desliguei o alarme do carro,entrei e dei partida .

-PARA ESSE CARRO ,NÚBIA !VOCÊ NÃO SABE DIRIGIR ! -Eu podia ouvir os gritos de Tom logo atrás de mim .

Pouco antes da curva que dava na entrada da estrada perdi o controle do automóvel ...Uma ,duas ,três vezes o carro capotou antes que eu perdesse a consciência por completo .