quarta-feira, 25 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 2


Posso te guiar até sua casa?
Posso invadir a sua vida?
Você pode consertar minha alma?
Você pode partir meu coração essa noite? -Down on you 


Caminhei apressada pelo colégio, o segundo sinal já havia soado e eu estava mais do que atrasada. Era impressionante como tudo naquele lugar parecia velho, como se tudo ali tivesse mais de duzentos anos.

Bati duas vezes na porta de carvalho envelhecido antes de ser atendida por uma senhora de cabelos grisalhos.  
-Para variar a senhorita chegou atrasada. –A senhora Wesmor disse me puxando para dentro da sala de aula. -O ano acaba de começar e você já está chagando atrasada, Ângela .

-Também senti saudades. -Disse em um tom irônico.

Assustei-me quando uma mão envolveu meu pulso enquanto eu caminhava em direção ao fundo da sala. Surpreendi-me ao me virar e dar de cara com Bill. Sua mão ainda estava em volta do meu pulso e emanava um calor assustador, mas apesar disso ele tinha um sorriso gentil no rosto.

-Pode sentar-se comigo... Se quiser. –Seu sorriso era convidativo e incrivelmente doce, mas existia alguma coisa oculta naqueles olhos castanhos.

-Claro.

A aula passou incrivelmente rápida. Talvez por que eu tivesse gastado todas àquelas horas observando enquanto Bill copiava atentamente o conteúdo no quadro. Observei seu rosto tão atentamente que o conhecia melhor que o meu próprio.

-Acho que te vejo amanha. -Bill disse caminhando ao meu lado logo depois que o ultimo sinal tinha soado.

-Acho que sim.

Parei por um instante e observei Peter surgir entre os alunos que caminhavam apressados ate a porta de saída do velho colégio. Sua face era dura e seus punhos estavam cerados.

-Essa é minha deixa para ir embora. -Bill disse jogando a mochila nas costas e caminhando para longe de mim. Quando ele e Peter passaram um pelo o outro eu quase podia vez faíscas voando de seus olhos. Era quase como se conhecessem.

-Que você estava fazendo com aquele cara? –Peter perguntou agarrando com força o meu braço e me fazendo gemer com a dor.

-Vai fazer ceninha de ciúmes agora? Ele é um amigo, só isso.

-Não te quero perto dele. E isso não é um pedido, Ângela. É uma ordem.

-VOCÊ NÃO É O MEU PAI! –Os lábios de Peter se contorceram em um sorriso sombrio e quase assustador ao ouvir aquelas palavras. –Por que você está sorrindo?

-Por que você é uma completa idiota. Te vejo amanhã ...Meu bem .-Havia um tom irônico naquela frase que fez meu sangue ferver .Senti vontade de corre ate ele e acerte-lo com um belo soco e tirar a força o sorriso daqueles lábios .

-EU NÃO VOU FICAR LONGE DE BILL!

-Veremos se não vai... Veremos.

Caminhava sozinha quando uma moto preta freou na minha frente. Dei dois passos para trás, enquanto o motoqueiro tirava o capacete.

-Quer uma carona?-Bill perguntou com um sorriso no rosto. -Espera ai... Você está chorando?
-Não... É só uma alergia. -Me apressei em limpar as lágrimas que insistiam em rolar sem controle pelo meu rosto.

-Você brigou com o seu namorado por minha causa?

-Peter é um idiota.

Observei os músculos do rosto de Bill se contorcerem em uma careta de desagrado ao ouvir aquele nome.

-Vamos, suba na moto. Te levo para casa .

Coloquei o capacete com dificuldade e com ainda mais dificuldade subi na moto. À medida que Bill acelerava eu escorregava para mais próximo dele, até pressionar com força minhas coxas nas suas. Torcia realmente para que só eu estivesse percebendo aquilo. 

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