domingo, 29 de julho de 2012

Na sua sombra eu posso brilhar -Capitulo 5


Essas feridas parecem não cicatrizar
Essa dor é tão real
Existem muitas coisas que o tempo não pode apagar -My immortal 

Girei a maçaneta devagar, a casa e estava vazia e parecia ainda mais fria do que a rua. Subi as escadas correndo e caminhei rapidamente pelo longo e escuro corredor.
Tinha um pressentimento ruim, com uma voz dentro de mim que gritava com todas suas forças ´AS COISAS VÃO SAIR DO CONTROLE ´´ .Varri aquele pensamento para longe ,estava nervosa e assustada nada mais .
Despi as roupas encharcadas e caminhei em direção ao pequeno banheiro. Suspirei fundo quando a água morna começou a cair sobre o meu corpo. Mais uma vez o beijo de Bill passou pela minha cabeça, escorreguei os dedos pelos meus lábios tentando reviver nem que por mais um segundo a sensação que tinha sentido quando senti sua boca tocar a minha .
Apressei-me em me vestir, ou quase isso. Coloquei uma antiga camiseta que tinha pelo menos o dobro do meu tamanho e me joguei sobre a cama. Os meus cabelos molharam o travesseiro e por alguns segundo desviei minha atenção para observa-los. Eram negros e caiam ate abaixo da minha cintura em uma longa cascata de cachos, eu definitivamente não me parecia com uma alemã e nem poderia. Tinha sangue brasileiro, tinha nascido em uma pequena e insolada cidade no Rio Grande do Sul, cidade natal do meu pai.
Estava quase adormecendo quando meu celular tocou e me trousse de volta a consciência. Estiquei a mão para pega-lo e olhar que estava me ligando. Milena.

–Alô?-Disse em um quase sussurro.

–Por que não veio na aula? Fiquei preocupada.

–Perdi o ônibus.

–O novato também não veio... -Eu quase podia ver o sorriso malicioso nos lábios de Mi ao falar aquilo.

–Eu o encontrei...

–EU SABIA!

–Não é nada disso que você está pensando... Foi por acaso. Bill me beijou. –Ouvi gargalhadas exageradas do outro lado da linha. Arrependi-me profundamente de ter dito aquilo. –MILENA! Eu...

–Você gostou, não foi?
–NÃO!
–Ah, por favor, não vá me dizer que não gostou por causa de Peter. Não diga que ama aquele traste.

–Não amo... Posso ligar depois?

–É claro que não... -Antes que Milena começasse a argumentar desliguei o celular e voltei para meus devaneios.
Acordei horas depois com um estrondo vindo da cozinha. Levantei assustada e sair correndo em direção ao lugar de onde vinha o barulho, desci as escadas com pressa e prendi a respiração ao ver que tinha acabado de acontecer.

Meu avô estava caído no chão frio, sua expressão era vazia e seus olhos distantes. Ajoelhei-me ao seu lado e implorei em silencio para que ele acordasse.

–Por favor... Por favor, não faz isso comigo, vô. -As lágrimas rolaram sem controle pela minha face. Ele não respirava, não respirava.
A porta se abriu e minha avó entrou carregando algumas sacolas de compras. Foi questão de segundos ate as sacolas estarem jogadas no chão e ela está ajoelhada ao meu lado.

–VAI PEDIR AJUDA ,ÂNGELA! –Ela disse enquanto dava pequenos socos no tórax de meu avô e implorava que ele acordasse.
Caminhei desnorteada ate o telefone e disquei o número da ambulância. Alguns segundos depois a casa foi rodeada de médios, policiais e viaturas com sirenes que começavam a me enlouquecer com seu barulho.

–Parece um típico caso de envenenamento. -Um policial alto de olhos e cabelos claros disse apontando para o que restara de um copo de vidro.
Imediatamente a visita de Peter no dia anterior veio na minha mente. Se ele tina feito aquilo tinha acabado de arranjar problemas, não devia ter mexido com uma garota como eu .Podia não ser mal ,mas sabia muito bem como me vingar .
Naquele momento era como se eu tivesse uma segunda personalidade ou outra pessoa pensando por mim. Uma pessoa mais forte e sem nenhum medo de vingar a morte do homem jogado no chão daquela cozinha.

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